Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo.
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconscientemente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
Vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
Como gostei de encontrar aqui o DMF. Um beijo.
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarquando comecei a ler adivinhei-o.
erotismo sublime, o dele!
Bom gosto, o teu!
Mais um belo soneto do David.
ResponderEliminarNo corpo de quem se ama, há sempre um mundo em permanente descoberta.
É impossível não comentar mais um delicioso poema de mestre David...
ResponderEliminar