tag:blogger.com,1999:blog-145247662024-03-13T03:31:55.756+00:00Aguarelas de Turner<br><br>Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.<br><br><blockquote>Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte... </blockquote><br><i>"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"</i><br><u>S. Freud</u><br><br>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.comBlogger1743125tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-7335129248010607482016-10-16T15:31:00.001+01:002016-10-16T15:34:38.455+01:00Uma pequena explicação.<br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;">Uma pequena explicação </span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;">Já vão largos meses em interrompi a segunda fase de publicação de " Aguarelas de Turner". Coincidiu com um período em que estive adoentada e sem disponibilidade para publicar. Sempre pensei que, apesar do intervalo, retomaria, pelo que deixei o blog " em aberto".</span><br />
<span style="color: #3d85c6;">Os meses foram passando, sem que tivesse vontade de o fazer. A verdade é que no passado este espaço teve um sentido e um valor que hoje já não é válido. </span><br />
<span style="color: #3d85c6;">Chegou o momento de pôr um ponto final definitivo, agradecendo a simpatia de todos aqueles que algum dia passaram por aqui, com um grande abraço.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeMMqM9GPmSaEGdjoG-HX7SPCzHNp5MAKnHK2GcGF64Atvp9c74aobTImyICkb2hEcgZzgejSKX6LVMBwNmSmD-GiT8-pg0V67eRa9qtmhbA1UEOptCnqeq2q7quAe9TIUDmBsw/s1600/a+luz+e+a+sombra.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeMMqM9GPmSaEGdjoG-HX7SPCzHNp5MAKnHK2GcGF64Atvp9c74aobTImyICkb2hEcgZzgejSKX6LVMBwNmSmD-GiT8-pg0V67eRa9qtmhbA1UEOptCnqeq2q7quAe9TIUDmBsw/s640/a+luz+e+a+sombra.JPG" width="640" /></a></div>
<br />addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-6664512384201687082016-02-27T16:00:00.000+00:002016-02-27T16:00:13.038+00:00Cresce em mim como um distúrbio da paixão... <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy2yWf5nHT5zCVFNtPykacsc77-_vfxhtKCFM1XcPtJR5OO-3WbSCH786YOxo7bcAWkVxallw2vlSH0hJTz7KWHVYNmuS9DmbqqA_FtdZdmsppQmgXiRLJXpqHw9mlyd70KojfCg/s1600/IMG_7444a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy2yWf5nHT5zCVFNtPykacsc77-_vfxhtKCFM1XcPtJR5OO-3WbSCH786YOxo7bcAWkVxallw2vlSH0hJTz7KWHVYNmuS9DmbqqA_FtdZdmsppQmgXiRLJXpqHw9mlyd70KojfCg/s640/IMG_7444a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="color: #0b5394;">A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado</span></h2>
<span style="color: #0b5394;">
</span><div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #0b5394;">
A minha saudade tem o mar aprisionado
<br />
na sua teia de datas e lugares.
<br />
É uma matéria vibrátil e nostálgica
<br />
que não consigo tocar sem receio,
<br />
porque queima os dedos,
<br />
porque fere os lábios,
<br />
porque dilacera os olhos.
<br />
E não me venham dizer que é inocente,
<br />
passiva e benigna porque não posso acreditar.
<br />
A minha saudade tem mulheres
<br />
agarradas ao pescoço dos que partem,
<br />
crianças a brincarem nos passeios,
<br />
amantes ocultando-se nas sebes,
<br />
soldados execrando guerras.
<br />
Pode ser uma casa ou uma rede
<br />
das que não prendem pássaros nem peixes,
<br />
das que têm malhas largas
<br />
para deixar passar o vento e a pressa
<br />
das ondas no corpo da areia.
<br />
Seria hipócrita se dissesse
<br />
que esta saudade não me vem à boca
<br />
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
<br />
Imagino-a distante e extinta, e contudo
<br />
cresce em mim como um distúrbio da paixão.
</span>
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
<span style="color: #0b5394;"><i>José Jorge Letria, in "A Metade Iluminada e Outros Poemas"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</i>
</span>
<span style="color: #0b5394;"><span>
</span></span>
</div>
<span style="color: #0b5394;">
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-34106326362869381042016-02-14T22:50:00.001+00:002016-02-14T22:52:47.218+00:00Tira-me o pão, se quiseres... <div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_37">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_56c100e8ace2d9180323957">
<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfLMo2aP7dabk5sIMO-JvkKZkHH-n6us6eqOHZ3boiRhw5-8wVa-lDvi3mdL84Phj1TbTwCKYn5u3dukz1-kxtM0hwO4h2lxxwTDX3rFxx4KSK2EbKBoOFZIfycwQaeYXt0IHlvA/s1600/IMG_6204a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="604" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfLMo2aP7dabk5sIMO-JvkKZkHH-n6us6eqOHZ3boiRhw5-8wVa-lDvi3mdL84Phj1TbTwCKYn5u3dukz1-kxtM0hwO4h2lxxwTDX3rFxx4KSK2EbKBoOFZIfycwQaeYXt0IHlvA/s640/IMG_6204a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #3d85c6;">O Teu Riso</span><br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;"> Tira-me o pão, se quiseres, <br /> tira-me o ar, mas <br /> não me tires o teu riso. </span><br />
<div class="text_exposed_show">
<span style="color: #3d85c6;"> Não me tires a rosa, <br /> a flor de espiga que desfias, <br /> a água que de súbito <br /> jorra na tua alegria, <br /> a repentina onda <br /> de prata que em ti nasce. </span><br />
<span style="color: #3d85c6;"> A minha luta é dura e regresso <br /> por vezes com os olhos <br /> cansados de terem visto <br /> a terra que não muda, <br /> mas quando o teu riso entra <br /> sobe ao céu à minha procura <br /> e abre-me todas <br /> as portas da vida. </span><br />
<span style="color: #3d85c6;"> Meu amor, na hora <br /> mais obscura desfia <br /> o teu riso, e se de súbito <br /> vires que o meu sangue mancha <br /> as pedras da rua, <br /> ri, porque o teu riso será para as minhas mãos <br /> como uma espada fresca. </span><br />
<span style="color: #3d85c6;"> Perto do mar no outono, <br /> o teu riso deve erguer <br /> a sua cascata de espuma, <br /> e na primavera, amor, <br /> quero o teu riso como <br /> a flor que eu esperava, <br /> a flor azul, a rosa <br /> da minha pátria sonora. </span><br />
<span style="color: #3d85c6;"> Ri-te da noite, <br /> do dia, da lua, <br /> ri-te das ruas <br /> curvas da ilha, <br /> ri-te deste rapaz <br /> desajeitado que te ama, <br /> mas quando abro <br /> os olhos e os fecho, <br /> quando os meus passos se forem, <br /> quando os meus passos voltarem, <br /> nega-me o pão, o ar, <br /> a luz, a primavera, <br /> mas o teu riso nunca <br /> porque sem ele morreria. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;"> Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda</span></div>
</div>
</div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-6749807150652524942016-02-09T18:34:00.000+00:002016-02-09T18:34:59.899+00:00Dar definição é dizer a última palavra sobre o assunto...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYAHGKAgVDPPZ95hp0IFolXXkjQBqrbRyM2wBJaRiYMk4Vs9hVmaZl5L0h5jvkebWmI9oNrTSV_zMIcj56Czi4-Lj4OWJPfkV2iEShjrRCpOhwC0Vke7b-h6b-2P0JVlrDBQeXMQ/s1600/_MG_0384.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYAHGKAgVDPPZ95hp0IFolXXkjQBqrbRyM2wBJaRiYMk4Vs9hVmaZl5L0h5jvkebWmI9oNrTSV_zMIcj56Czi4-Lj4OWJPfkV2iEShjrRCpOhwC0Vke7b-h6b-2P0JVlrDBQeXMQ/s640/_MG_0384.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #0b5394;"> </span><br />
<span style="color: #0b5394;">Direito, esquerdo e algumas definições</span><br />
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
<span style="color: #0b5394;">- mas voltemos às questões importantes.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- O importante ...quer uma definição? Aquilo a que dou atenção, eis o importante. Quer outra definição?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Sim, Excelência.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- A definição de definição. Definição significa de- finir. Finir, acabar. Dar uma definição é dizer a última palavra sobre o assunto .</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- É, pois, terminar a conversa.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Exacto. Conversa finita com a definição .</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Quem define diz ao outro: nada mais tens a dizer sobre este assunto, pois acabei de dizer a última e definitiva palavra sobre a questão.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Uma conversa entre surdos é uma conversa em que os dois trocam definições.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Uma definição é definitiva, eis uma redundância bem redonda, se assim me posso exprimir.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- E etc.e etc.e tal.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Muito bem, Vossa Excelência está a ver bem o assunto.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Seria interessante pensar em definições que iniciam a conversa.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Uma definição inicial, inaugural. Uma de-iniciação.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Ou uma pré- definição. Uma não- definição. E assim sucessivamente.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Bem...como eu estava a dizer: gosto de um pé que não se preocupa apenas em avançar. Gosto de um pé que descobre o caminho..que cada vez que toca o chão abre uma nova hipótese. Um pé que afasta a floresta para os lados e que faz uma estrada à medida que avança, uma estrada humana.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-...para mim, os pés são um assunto menor, um assunto, como dizer...</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- É essa a grande função do pé, fazer uma estrada humana no meio da floresta desumana...floresta animalesca e até botânica !</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- E até!</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Que a floresta, no fundo, se reparar bem, é botânica selvagem.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Uma floresta botânica, que surpreendente! Mas falava do pé, não continua?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-...um jardim botânico é compreensível, mas uma floresta botânica...Uma floresta mansa, digamos, eis o que surpreende.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- E o pé, é o pé?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- porque à floresta associamos terríveis animais carnívoros capazes de nos arrancar a cabeça com uma dentada involuntária. Com uma dentada mansa...</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-Os animais selvagens são capazes de nos engolir com um apetite manso, um apetite tranquilo, muito bem!</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Eles são selvagens e cruéis de uma forma natural. Sem esforço, Excelência.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-Praticam a crueldade como quem <span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">pratica </span> <i>fitness </i>ao domingo. São mais, cruéis para manter a forma, para não ganhar barriga...para não se aburguesarem, no fundo. A crueldade animalesca como actividade de laser.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Pois bem, sim, mas voltemos aos pés.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Ok.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-... o que me interessa agora é pensar como é que alguém , só com um pé, abre caminho humano para os dois lados, o esquerdo e o direito...</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- ...no fundo, é uma questão de lateralidade.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Sim, mas estou a pensar em alguémque atravessa a floresta ao pé - cochicho.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Ao pé -cochicho?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Sim...é difícil pensarmos no lado esquerdo e direito de um pé, poisestamos habituados a pensar em pé direito e pé esquerdo, os dois juntos..</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Isso.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-... o que está ao lado direitodo pé direito e o que está ao lado esquerdo do pé esquerdo...Se pensarmos num único pé, por exemplo no pé esquerdo..se for assim, o lado esquerdo da floresta está do lado esquerdo do pé esquerdo, tal é normal...agora , já é muito estranho pensarmos que o lado direito da floresta está à direita desse pé esquerdo. Porque o lado direito da floresta costuma estar do lado direitodo pé direito. Percebe o problema de quem anda na floresta só com um pé?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">-Percebo, embora um desenho ajudasse...De qualquer maneira, o problema que põe é muito relevante, sem dúvida, mas estou atrasado. Vou comprar sapatos.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Sapatos?</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Dois.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Aperto-lhe a mão com extrema reverência e digo adeus a Vossa Excelência. Vou para o lado direito do pé direito.</span><br />
<span style="color: #0b5394;">- Muito bem. É uma boa hipótese, sem dúvida!</span><br />
<span style="color: #0b5394;">Adeus, meu caro.</span><br />
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
<span style="color: #0b5394;">Gonçalo M. Tavares - O torcicologologista, excelência.</span><br />
<br />addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-81703644589547371422016-02-02T23:11:00.004+00:002016-02-02T23:25:31.492+00:00Para recitar antes de adormecer...<div style="border: 0px; margin-bottom: 23px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 23px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="color: black;"><span style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); color: #0b5394; font-size: large;"><a href="http://viciodapoesia.files.wordpress.com/2013/05/manet-03.jpg" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></a></span></span></div>
<span style="color: #0b5394; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; line-height: 23px; margin: 0px 0px 23px; outline: 0px; padding: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; vertical-align: baseline; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWGawqg2fXfTjzDJ8KFAFAGyxeBE12WjmbJUmPlz-NQ-mHNMW8-klsNSoGZ1-zCdY5V56xFPUrvPc_PXjbRMS6vVPgHnKXGfcUK5VL1OfGD_R5VB4k4287u6qiQhp5cO3o9B7vtA/s1600/IMG_4972.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWGawqg2fXfTjzDJ8KFAFAGyxeBE12WjmbJUmPlz-NQ-mHNMW8-klsNSoGZ1-zCdY5V56xFPUrvPc_PXjbRMS6vVPgHnKXGfcUK5VL1OfGD_R5VB4k4287u6qiQhp5cO3o9B7vtA/s640/IMG_4972.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Eu queria cantar para dentro de alguém,</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">sentar-me junto de alguém e estar aí.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Eu queria embalar-te e cantar-te mansamente</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">e acompanhar-te ao despertares e ao adormeceres.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Queria ser o único na casa</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">a saber: a noite estava fria.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E queria escutar dentro e fora</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">de ti, do mundo, da floresta.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Os relógios chamam-se anunciando as horas</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">e vê-se o fundo o tempo.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E em baixo ainda passa um estranho</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">e acirra um cão desconhecido.</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Depois regressa o silêncio. Os meus olhos,</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">muito abertos, pousaram em ti;</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">e prendem-te docemente e libertam-te</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">quando algo se move na escuridão.<span style="background-color: #3d85c6;"></span></span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; line-height: 23px; margin: 0px 0px 23px; outline: 0px; padding: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; vertical-align: baseline; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Rainer Maria Rilke</span></span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-66745896866570552432016-01-26T22:27:00.001+00:002016-01-26T22:27:07.762+00:00Estas coisas são materialmente impossíveis de serem ditas...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpgePs03l6L5QhfCP8uOZV8hyegOkVfs_WcNNBfmd34eU8atfOgI-MHdP_iFDZDzfXywJzJ4pgaofydos-GmqRHNr7x6UmapNXRxNwkoFwYT7Zy58AAEHynIuWY46J-BuOwlXGRQ/s1600/_MG_0173a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpgePs03l6L5QhfCP8uOZV8hyegOkVfs_WcNNBfmd34eU8atfOgI-MHdP_iFDZDzfXywJzJ4pgaofydos-GmqRHNr7x6UmapNXRxNwkoFwYT7Zy58AAEHynIuWY46J-BuOwlXGRQ/s640/_MG_0173a.jpg" width="426" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="color: #0b5394;">As Coisas Secretas da Alma</span></h2>
<span style="color: #0b5394;">
</span><br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #0b5394;">
Em todas as almas há coisas secretas cujo segredo é guardado até à
morte delas. E são guardadas, mesmo nos momentos mais sinceros, quando
nos abismos nos expomos, todos doloridos, num lance de angústia, em face
dos amigos mais queridos - <i>porque as palavras que as poderiam traduzir seriam ridículas, mesquinhas, incompreensíveis ao mais perspicaz</i>.
Estas coisas são materialmente impossíveis de serem ditas. A própria
Natureza as encerrou - não permitindo que a garganta humana pudesse
arranjar sons para as exprimir - apenas sons para as caricaturar. E como
essas ideias-entranha são as coisas que mais estimamos, falta-nos
sempre a coragem de as caricaturar. Daqui os «isolados» que todos nós,
os homens, somos. Duas almas que se compreendam inteiramente, que se
conheçam, que saibam mutuamente tudo quanto nelas vive - não existem.
Nem poderiam existir. No dia em que se compreendessem totalmente - ó
ideal dos amorosos! - eu tenho a certeza que se fundiriam numa só. E os
corpos morreriam.
</span>
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
<span style="color: #0b5394;"><i>Mário de Sá-Carneiro, in 'Cartas a Fernando Pessoa' <span id="goog_1067660629"></span><span id="goog_1067660630"></span></i>
</span>
<span style="color: #0b5394;"><br /></span>
</div>
<span style="color: #0b5394;">
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-52136944247947675232016-01-17T23:05:00.002+00:002016-01-17T23:10:33.913+00:00O meu amor tem duas vidas para amar-te...<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEmHNKk7FnHl-cbVf1et6w-9QHMvyoYOfp78nVCcyEcE-pCW76_vRAPSz1UQjfPVLbdQTknhvebR6hvWcuKEK0WqoPE99jn3vOuBTKVQaTfS90kW4wTn3pIq8mxSRhftmc9IZi1g/s1600/IMG_2362ab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEmHNKk7FnHl-cbVf1et6w-9QHMvyoYOfp78nVCcyEcE-pCW76_vRAPSz1UQjfPVLbdQTknhvebR6hvWcuKEK0WqoPE99jn3vOuBTKVQaTfS90kW4wTn3pIq8mxSRhftmc9IZi1g/s640/IMG_2362ab.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;"> <span style="font-size: large;">Para não deixar de amar-te nunca..</span></span><br />
<br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;">
Saberás que não te amo e que te amo
<br />
pois que de dois modos é a vida,
<br />
a palavra é uma asa do silêncio,
<br />
o fogo tem a sua metade de frio.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Amo-te para começar a amar-te,
<br />
para recomeçar o infinito
<br />
e para não deixar de amar-te nunca:
<br />
por isso não te amo ainda.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Amo-te e não te amo como se tivesse
<br />
nas minhas mãos a chave da felicidade
<br />
e um incerto destino infeliz.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
O meu amor tem duas vidas para amar-te.
<br />
Por isso te amo quando não te amo
<br />
e por isso te amo quando te amo.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;"><i><span style="background-color: white;">Pablo Neruda in " Cem Sonetos de Amor"</span></i></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #3d85c6;"><i><span style="background-color: white;">
</span> </i>
</span>
<span style="color: #3d85c6;">
</span>
</div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-52084624756370507862016-01-11T23:26:00.002+00:002016-01-11T23:29:23.550+00:00A sabedoria do romance é difícil de aceitar e compreender...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4kZyOvwdNuADh1_Ocbie-PdGttwI2-pQ6yXmXKzT619MGA8_O3YqizVtm-uAp4sdtMz3CWuNMIqCFTqoJ_od1fdV1IvAC2ZGIX1jm9zBXZn0XHJAItpnfCmEY3Z-_YJHogmmTCg/s1600/IMG_2456.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4kZyOvwdNuADh1_Ocbie-PdGttwI2-pQ6yXmXKzT619MGA8_O3YqizVtm-uAp4sdtMz3CWuNMIqCFTqoJ_od1fdV1IvAC2ZGIX1jm9zBXZn0XHJAItpnfCmEY3Z-_YJHogmmTCg/s640/IMG_2456.JPG" width="426" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_875541078"></span><span id="goog_875541079"></span><br />
<h2>
<span style="color: #3d85c6;">A Sabedoria do Romance</span></h2>
<br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;">
O homem deseja um mundo em que o bem e o mal sejam nitidamente
discerníveis, porque nele há o desejo, inato e indomável, de julgar
antes de compreender. Sobre esse desejo são fundadas as religiões e as
ideologias. Estas não se podem conciliar com o romance a não ser que
traduzam a linguagem de relatividade e de ambiguidade dele para o seu
discurso apodítico e dogmático. Exigem que alguém tenha razão: ou Anna
Karenina é vítima de um déspota limitado, ou Karenine é vítima de uma
mulher imoral; ou então K., inocente, é esmagado por um tribunal
injusto, ou então, por trás do tribunal, está escondida a justiça divina
e K. é culpado.
<br />
Neste «ou então-ou então» está contida a incapacidade de suportar a
relatividade essencial das coisas humanas, a incapacidade de olhar de
frente a ausência do Juiz supremo. Por causa desta incapacidade, a
sabedoria do romance (a sabedoria da incerteza) é difícil de aceitar e
de compreender.
<br />
<br />
<i>Milan Kundera, in "A Arte do Romance"</i></span>
</div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-74133358530259286122015-12-31T00:19:00.000+00:002015-12-31T00:19:10.623+00:00São as formas sem forma que passam sem que a dor as possa conhecer...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirOkbpQLE0RbKSGwjcfLfTXk6onRmlHQbbo6oG5WTOJhpLfoWFIPEEZMeZi2LWFJMTZQYj0OVSSn78Mz_lUcQeFjFY7imY1ETmqyycYYz2XdlyGnoVSV9qvbd1ekYNVl0jJR26ig/s1600/_MG_0551.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirOkbpQLE0RbKSGwjcfLfTXk6onRmlHQbbo6oG5WTOJhpLfoWFIPEEZMeZi2LWFJMTZQYj0OVSSn78Mz_lUcQeFjFY7imY1ETmqyycYYz2XdlyGnoVSV9qvbd1ekYNVl0jJR26ig/s640/_MG_0551.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_1040441507"></span><span id="goog_1040441508"></span><br />
<h2>
O que me dói não é...<span id="goog_689576117"></span><span id="goog_689576118"></span></h2>
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
O que me dói não é
<br />
O que há no coração
<br />
Mas essas coisas lindas
<br />
Que nunca existirão...
<br />
<br />
São as formas sem forma
<br />
Que passam sem que a dor
<br />
As possa conhecer
<br />
Ou as sonhar o amor.
<br />
<br />
São como se a tristeza
<br />
Fosse árvore e, uma a uma,
<br />
Caíssem suas folhas
<br />
Entre o vestígio e a bruma.
<br />
<br />
<i>Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"</i>
</div>
<br />
<br />addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-19828490353130018552015-12-27T15:51:00.001+00:002015-12-27T15:51:58.755+00:00Ah! Elas às vezes bolem...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipmQQ5jadrIeGrZrwlg9Pg4u3NsTl_bbWV6Lw_5d3-pU-VcCOvP_Mvia_F_ifdRVT_tS5WuvqZEk9ynFPBYudemQatqi5Yw3VHlQQrqzqI8VmH0KIuf-ZxaO8Wk5CFLfSb5h4ppg/s1600/IMG_4368.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipmQQ5jadrIeGrZrwlg9Pg4u3NsTl_bbWV6Lw_5d3-pU-VcCOvP_Mvia_F_ifdRVT_tS5WuvqZEk9ynFPBYudemQatqi5Yw3VHlQQrqzqI8VmH0KIuf-ZxaO8Wk5CFLfSb5h4ppg/s640/IMG_4368.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<h2>
<span style="color: #3d85c6;">Crónica de Natal</span></h2>
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;">
Todos os anos, por esta altura, q<span id="goog_632019720"></span><span id="goog_632019721"></span>uando me pedem que escreva alguma
coisa sobre o Natal, reajo de mau modo. «Outra vez, uma história de
Natal! Que chatice!» — digo. As pessoas ficam muito chocadas quando eu
falo assim. Acham que abuso dos direitos que me são conferidos. Os meus
direitos são falar bem, assim como para outros não falar mal. Uma vez,
em Paris, um <i>chauffeur</i> de táxi, desses que se fazem castiços e
dizem palavrões para corresponder à fama que têm, aborreceu-me tanto que
lhe respondi com palavrões. Ditos em francês, a mim não me
impressionavam, mas ele levou muito a mal e ficou amuado. Como se eu
pisasse um terreno que não era o meu e cometesse um abuso. Ele era
malcriado mas eu - eu era injusta. Cada situação tem a sua justiça
própria, é isto é duma complexidade que o código civil não alcança.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Mas dizia eu: «Outra vez o Natal, e toda essa boa vontade de encomenda!»
Ponho-me a percorrer as imagens que são de praxe, anjos trombeteiros,
pastores com capotes de burel e meninos pobres do tempo da Revolução
Industrial inglesa. Pobres e explorados, mas, entretanto, não excluídos
do trato social através dos seus conflitos próprios, como se pode
observar nos livros de Dickens. Actualmente as crianças estão mais
isoladas dum processo de libertação adequada à sua normalidade. Não há
qualquer lógica entre o pensamento que elas sugerem e a acção que lhes é
imposta. Mas isto são considerações de Natal? Confessem que preferem
uma história, uma coisa leve, talvez um pouco insensata e graciosa. Pois
bem, falemos de pastores.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Um amigo meu passou uns dias na serra da Estrela para se curar duma
depressão, uma dessas doenças que são produzidas pela sociedade
burocrática onde todos se destroem em boa paz. Cuidou ele que a solidão e
a vida rude o haviam de transformar. Mas o sofrimento, que não é
disciplina nem necessidade, torna-se em crítica mesquinha. Ele andava
pelos montes, com ar de censura e escândalo, perguntando às pessoas como
podiam viver sem ir ao teatro e sem comer costelas panadas.
Alumiando-se com azeite e deitando-se ao sol-pôr para não o gastar.
Sobressaltava-o muito aquela imobilidade da serra com os rebanhos que
pareciam pedras e os pastores com o cão de pêlo assanhado. Sentava-se ao
lado deles e travava conversa.
<br />
— Olhe lá: você nunca sai daqui? — perguntava. E o pastor respondia:
<br />
— Eu, não senhor.
<br />
— E então, não se aborrece?
<br />
— Eu, não senhor — tornava o homem.
<br />
— Mas não se aborrece mesmo, sempre sozinho, a ver só ovelhas, aqui no cimo da serra? — insistia o meu amigo.
<br />
Então o pastor, apertado naquele inquérito, fez um esforço para
compreender a desordem que provocava no espírito do homem da cidade, e
disse, apontando, com um ligeiro movimento do queixo, as ovelhas:
<br />
— Ah! Elas às vezes bolem...
<br />
Queria desculpar-se, se o conseguiu ou não, não sei. O meu amigo não
andou muito tempo por lá. Deu um jeito a um tornozelo e tiveram que o
levar de padiola até à localidade, onde arranjou melhor transporte para o
hospital. Disse daquilo cobras e lagartos. Também é preciso ver que não
era homem para grandes descobertas. Até acha que as descobertas foram
um erro histórico. Mas que tem o Natal a ver com isto? – direis.
Descubram.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;"><i>Agustina Bessa-Luís, in 'Crónica da Manhã, 06 Dez 1978'</i>
</span>
</div>
<span style="color: #3d85c6;">
<br /><br />
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-5611900797861623312015-12-05T11:24:00.003+00:002015-12-05T11:36:19.577+00:00O que não daria eu...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRIdpAP3MQoWsVLJWZUHJaSPRkLIvTFuqkVcYHS0yi9RMFuJe3aTzIk-FILUeSNav64Siwh760P0FhpMn6RwS48IGJNzmoPy4DPSU88cD1wquStmNLlquhW02MGk5ZlVRsl_CHjQ/s1600/_MG_0574.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #3d85c6;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRIdpAP3MQoWsVLJWZUHJaSPRkLIvTFuqkVcYHS0yi9RMFuJe3aTzIk-FILUeSNav64Siwh760P0FhpMn6RwS48IGJNzmoPy4DPSU88cD1wquStmNLlquhW02MGk5ZlVRsl_CHjQ/s640/_MG_0574.JPG" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #3d85c6;">Addiragram</span></td></tr>
</tbody></table>
<h2 style="box-sizing: border-box; font-weight: 500; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
<span style="color: #0b5394; font-size: small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); color: #3d85c6;">Elegia da Lembrança Impossível</span></span></h2>
<div style="box-sizing: border-box;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="color: #3d85c6;">O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />De uma rua de terra com baixos taipais <br style="box-sizing: border-box;" />E de um alto ginete enchendo a alba <br style="box-sizing: border-box;" />(Com o poncho grande e coçado) <br style="box-sizing: border-box;" />Num dos dias da planície, <br style="box-sizing: border-box;" />Num dia sem data. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />Da minha mãe a olhar a manhã <br style="box-sizing: border-box;" />Na fazenda de Santa Irene, <br style="box-sizing: border-box;" />Sem saber que o seu nome ia ser Borges. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />De ter lutado em Cepeda <br style="box-sizing: border-box;" />E de ter visto Estanislao del Campo <br style="box-sizing: border-box;" />Saudando a primeira bala <br style="box-sizing: border-box;" />Com a alegria da coragem. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />Dos barcos de Hengisto, <br style="box-sizing: border-box;" />Zarpando do areal da Dinamarca <br style="box-sizing: border-box;" />Para devastar uma ilha <br style="box-sizing: border-box;" />Que ainda não era a Inglaterra. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />(Tive-a e já a perdi) <br style="box-sizing: border-box;" />De uma tela de ouro de Turner, <br style="box-sizing: border-box;" />Tão vasta como a música. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />De ter sido um ouvinte daquele Sócrates <br style="box-sizing: border-box;" />Que, na tarde da cicuta, <br style="box-sizing: border-box;" />Examinou serenamente o problema <br style="box-sizing: border-box;" />Da imortalidade, <br style="box-sizing: border-box;" />Alternando os mitos e as razões <br style="box-sizing: border-box;" />Enquanto a morte azul ia subindo <br style="box-sizing: border-box;" />Dos seus pés já tão frios. <br style="box-sizing: border-box;" />O que não daria eu pela memória <br style="box-sizing: border-box;" />De que tu me dissesses que me amavas <br style="box-sizing: border-box;" />E de não ter dormido até à aurora, <br style="box-sizing: border-box;" />Dissoluto e feliz. <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" /><i style="box-sizing: border-box;">Jorge Luis Borges, in "A Moeda de Ferro"</i> </span></span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-12132969165446295622015-11-30T21:41:00.001+00:002015-11-30T21:44:22.555+00:00Tudo é orgulho e inconsciência..<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"><br /></span></nobr></span>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"><br /></span></nobr></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7zKuXKtYil3hk-a3EowzZZf8THdftPMJSVhubLYydYY0Pi8giVp6lxcTvbC-Tfgo1M8cbPP_o71nP1HSNUl9X7O7aX8Y_58F4z2AQfWA8r_5CRS-AKsrwjE_GHRNeIAkxplAH0A/s1600/IMG_2778.JPG" imageanchor="1" style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7zKuXKtYil3hk-a3EowzZZf8THdftPMJSVhubLYydYY0Pi8giVp6lxcTvbC-Tfgo1M8cbPP_o71nP1HSNUl9X7O7aX8Y_58F4z2AQfWA8r_5CRS-AKsrwjE_GHRNeIAkxplAH0A/s640/IMG_2778.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"></span></nobr></span></div>
<span style="color: #76a5af;"><span style="white-space: nowrap;"> </span></span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"><br /></span></nobr></span>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"><br /></span></nobr></span>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;">A Guerra</span></nobr></span><br />
<span style="color: #76a5af;"><br /></span>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><span style="color: #76a5af;"><nobr>A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo,</nobr><br /><nobr>É o tipo perfeito do erro da filosofia.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>A guerra, como todo humano, quer alterar.</nobr><br /><nobr>Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito</nobr><br /><nobr>E alterar depressa.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>Mas a guerra inflige a morte.</nobr><br /><nobr>E a morte é o desprezo do Universo por nós.</nobr><br /><nobr>Tendo por conseqüência a morte, a guerra prova que é falsa.</nobr><br /><nobr>Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>Tudo é orgulho e inconsciência.</nobr><br /><nobr>Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto.</nobr><br /><nobr>Para o coração e o comandante dos esquadrões</nobr><br /><nobr>Regressa aos bocados o universo exterior.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>A química direta da Natureza</nobr><br /><nobr>Não deixa lugar vago para o pensamento.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>A humanidade é uma revolta de escravos.</nobr><br /><nobr>A humanidade é um governo usurpado pelo povo.</nobr> </span></span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><span style="color: #76a5af;"><nobr>Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.</nobr><br /><nobr></nobr><br /><nobr>Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!</nobr><br /><nobr>Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem!</nobr><br /><nobr>Paz à essência inteiramente exterior do Universo!</nobr></span></span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;"><br /></span></nobr></span>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;">Alberto Caeiro</span></nobr></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); white-space: normal;"><nobr><span style="color: #76a5af;">
</span></nobr></span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-16470322693204553432015-11-22T16:56:00.000+00:002015-11-22T16:57:48.756+00:00...a verdade é a coisa mais poética do mundo...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWedG0oJ-6I1ZMvmgHyzqQ1IxvHDzgDdtmyd3BQnzZRyxGg0xcYTrqkzi2eSuhuEkS3hcIzM38nm2JwOZVn8XnuQGeRhrPZePnVt-gY2jAb1IUb7fUMhq5667F5au01bpQ-07eQ/s1600/_MG_0560.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWedG0oJ-6I1ZMvmgHyzqQ1IxvHDzgDdtmyd3BQnzZRyxGg0xcYTrqkzi2eSuhuEkS3hcIzM38nm2JwOZVn8XnuQGeRhrPZePnVt-gY2jAb1IUb7fUMhq5667F5au01bpQ-07eQ/s640/_MG_0560.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="color: #3d85c6;">A Verdade Está à Frente do Nosso Nariz</span></h2>
<span style="color: #3d85c6;">
Nós já esquecemos completamente o axioma de que que a verdade é a
coisa mais poética no mundo, especialmente no seu estado puro. Mais do
que isso: é ainda mais fantástica que aquilo que a mente humana é capaz
de fabricar ou conceber... de facto, os homens conseguiram finalmente
ser bem sucedidos em converter tudo o que a mente humana é capaz de
mentir e acreditar em algo mais compreensível que a verdade, e é isso
que prevalece por todo o mundo. Durante séculos a verdade irá continuar à
frente do nariz das pessoas mas estas não a tomarão: irão persegui-la
através da fabricação, precisamente porque procuram algo fantástico e
utópico.
<br />
<br />
<i>Fiodor Dostoievski, in 'Diário de um Escitor' <span id="goog_1177171520"></span><span id="goog_1177171521"></span></i></span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-26814708484138122582015-11-14T17:10:00.000+00:002015-11-14T17:44:41.268+00:00Com todos os franceses que sofrem..<br />
<div style="text-align: justify;">
<iframe br="" f="" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/8v77VIxElwM" width="420"></p>
</iframe></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-39410466662197300482015-11-08T22:38:00.004+00:002015-11-08T23:02:43.326+00:00Sabe o significado desta palavra branca?<div style="box-sizing: border-box;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRpytpmJF8gwzfu7ZcdUGHWE3562MiwSvwXpRa70ztuLUOxCSb5-q6nwFN8Ip07cJdM72BGkTbHqtKQl6bcOIyTosuow9Jy6ZXyhvNMurGnSoxKYwMwL8H6e0B-3Qy7dqqJFMcow/s1600/IMG_1585a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRpytpmJF8gwzfu7ZcdUGHWE3562MiwSvwXpRa70ztuLUOxCSb5-q6nwFN8Ip07cJdM72BGkTbHqtKQl6bcOIyTosuow9Jy6ZXyhvNMurGnSoxKYwMwL8H6e0B-3Qy7dqqJFMcow/s640/IMG_1585a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="color: #3d85c6;">Saudade </span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=14524766" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="color: #3d85c6;">Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo <br style="box-sizing: border-box;" />em dicionários antigos e poeirentos <br style="box-sizing: border-box;" />e noutros livros onde não achei o sentido <br style="box-sizing: border-box;" />desta doce palavra de perfis ambíguos. <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />Dizem que azuis são as montanhas como ela, <br style="box-sizing: border-box;" />que nela se obscurecem os amores longínquos, <br style="box-sizing: border-box;" />e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas) <br style="box-sizing: border-box;" />a nomeia num tremor de cabelos e mãos. <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro, <br style="box-sizing: border-box;" />seu segredo se evade, sua doçura me obceca <br style="box-sizing: border-box;" />como uma mariposa de estranho e fino corpo <br style="box-sizing: border-box;" />sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas. <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado <br style="box-sizing: border-box;" />desta palavra branca que se evade como um peixe? <br style="box-sizing: border-box;" />Não... e me treme na boca seu tremor delicado... <br style="box-sizing: border-box;" />Saudade... <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" /><i style="box-sizing: border-box;">Pablo Neruda</i></span></span></div>
<div>
<br /></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-77058825001955728622015-10-29T18:34:00.001+00:002015-10-29T18:36:08.058+00:00Elas não conhecem ainda os dois inimigos da alma...<h2 style="box-sizing: border-box; font-weight: 500; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></span></h2>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKOgVVasSP7X2tnky9jdjh7J6KU326i1O5egqU9SYmAk1cSEcP_o4uPEQaLsZzDyon528JSqXE2wzlMxL9aP05gcSOiayEX9DRJhpSQmY3rNDwus-NV74uZEZ5Ub1uVRG03LAjUA/s1600/MVC-017F.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKOgVVasSP7X2tnky9jdjh7J6KU326i1O5egqU9SYmAk1cSEcP_o4uPEQaLsZzDyon528JSqXE2wzlMxL9aP05gcSOiayEX9DRJhpSQmY3rNDwus-NV74uZEZ5Ub1uVRG03LAjUA/s640/MVC-017F.JPG" width="640" /></a></div>
<h2 style="box-sizing: border-box; font-weight: 500; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> ( Foto Addiragram)</span></span></h2>
<h2 style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); color: #3d85c6;">Em Louvor das Crianças</span></span></h2>
<div style="box-sizing: border-box;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); color: #3d85c6;"><b>Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso. <br style="box-sizing: border-box;" />A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue. <br style="box-sizing: border-box;" />O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus. <br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" /><i style="box-sizing: border-box;">Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'</i> </b></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"></span></div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">
</span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-84905199346073343972015-10-23T15:30:00.000+01:002015-10-23T15:33:10.321+01:00O solitário gesto de viver...<h2 style="box-sizing: border-box; font-weight: 500; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
</h2>
<b>
</b><b>
</b><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGBr3LSMP5O7wDQH32-hZ3hKT-V0oU6GvDWrZdPo87j2yNti-KZNNbeEX86xy9r19pPVw2GNE6C_9wMVvZnI0vU4irEz2n7107nn7GWf_VKtq3XYKTnlj5wIG-c3yrX4lz4HlLkQ/s1600/primeiras+228.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGBr3LSMP5O7wDQH32-hZ3hKT-V0oU6GvDWrZdPo87j2yNti-KZNNbeEX86xy9r19pPVw2GNE6C_9wMVvZnI0vU4irEz2n7107nn7GWf_VKtq3XYKTnlj5wIG-c3yrX4lz4HlLkQ/s640/primeiras+228.jpg" width="640" /></a></b></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<h2 style="box-sizing: border-box; font-weight: 500; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
<b>
<span style="font-weight: normal;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">A Coragem no Gesto de Viver</span></span></span></span></b></h2>
<div style="box-sizing: border-box;">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i>O </i>solitário gesto de viver <br style="box-sizing: border-box;" />não demanda a coragem que há na faca, <br style="box-sizing: border-box;" />na ponta do punhal e até no grito <br style="box-sizing: border-box;" />de quem fala mais alto e está coberto <br style="box-sizing: border-box;" />de razões, de certezas, de verdades. <br style="box-sizing: border-box;" />O gesto de viver se oculta em dobras <br style="box-sizing: border-box;" />tão íntimas do ser, que o desfazê-las <br style="box-sizing: border-box;" />é mais que indelicado, é violência <br style="box-sizing: border-box;" />que nem sequer se pode conceber. <br style="box-sizing: border-box;" />O gesto de viver é só coragem, <br style="box-sizing: border-box;" />mas, de tal forma próprio e incomparável, <br style="box-sizing: border-box;" />que não se exprime em verbo, imagem, mímica <br style="box-sizing: border-box;" />ou qualquer outra forma conhecida <br style="box-sizing: border-box;" />de contar, definir ou explicar. <br style="box-sizing: border-box;" />A coragem no gesto de viver <br style="box-sizing: border-box;" />está em coisas simples, por exemplo, <br style="box-sizing: border-box;" />na diária decisão de levantar. <br style="box-sizing: border-box;" />E mais, em se vestir e trabalhar <br style="box-sizing: border-box;" />por entre espadas, punhos e navalhas, <br style="box-sizing: border-box;" />peito aberto, sem armas, passo firme, <br style="box-sizing: border-box;" />e à noite, ainda intacto, regressar. </span></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i style="box-sizing: border-box;">Reynaldo Valinho Alvarez, in 'O Solitário Gesto de Viver'</i> </span></span></span></div>
<div align="right" style="box-sizing: border-box;">
<div class="fb-share-button fb_iframe_widget fb_iframe_widget_fluid" data-href="http://www.citador.pt/poemas/a-coragem-no-gesto-de-viver-reynaldo-valinho-alvarez" data-layout="button_count" fb-iframe-plugin-query="app_id=135710893161772&container_width=503&href=http%3A%2F%2Fwww.citador.pt%2Fpoemas%2Fa-coragem-no-gesto-de-viver-reynaldo-valinho-alvarez&layout=button_count&locale=pt_PT&sdk=joey" fb-xfbml-state="rendered" style="box-sizing: border-box; display: inline; position: relative;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: start;">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="box-sizing: border-box; display: inline-block; height: 20px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: bottom; width: 99px;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Helvetica, Arial, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<span style="box-sizing: border-box; display: inline-block; height: 20px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: bottom; width: 99px;">
</span></div>
</div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-38693078612194929492015-10-18T18:30:00.001+01:002015-10-18T18:33:50.909+01:00Parece-vos que se pode dizer mais ?<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr3esZELTy8IDkEywtn_WUpU5GK0sqHAGM5MAHhibtdPr1SNBhJF7lKIe1Rx9mJ7RBygSGKVZQjCNMQdDUsTYqqIF2HC_vzKtbHwvgF_QsgVQlDWE15A5i-8Up3rgePOW1M9M_oQ/s1600/IMG_7037a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr3esZELTy8IDkEywtn_WUpU5GK0sqHAGM5MAHhibtdPr1SNBhJF7lKIe1Rx9mJ7RBygSGKVZQjCNMQdDUsTYqqIF2HC_vzKtbHwvgF_QsgVQlDWE15A5i-8Up3rgePOW1M9M_oQ/s640/IMG_7037a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="color: #3d85c6;">Não se Diz ao Triste que se Alegre</span></h2>
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;">
Pouco sabe da tristeza quem, sem remédio para ela, diz ao triste que
se alegre; pois não vê que alheios contentamentos a um coração
descontente, não lhe remediando o que sente, lhe dobram o que padece.
Vós, se vem à mão, esperáreis de mim palavrinhas joeiradas, enforcadas
de bons propósitos. Pois desenganai-vos, que, desde que professei
tristeza, nunca mais soube jogar a outro fito. E, porque não digais que
sou gente fora do meu bairro, vedes, vai uma volta feita a este mote,
que escolhi na manada dos enjeitados; e cuido que não é tão dedo
queimado que não seja dos que el-rei mandou chamar; o qual fala assim:
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Não quero e não quero
jubão amarelo.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Se de negro for
<br />
também me parece
<br />
quanto me aborrece
<br />
toda a alegre cor:
<br />
cor que mostra dor,
<br />
quero e não quero
jubão amarelo.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Parece-vos que se pode dizer mais ? Não me respondais: «Quem gabará a
noiva?» Porque assentai que foi comendo e fazendo, ou assoprando, que
não é tão pequena habilidade. E, porque vos não pareça que foi mais
acertar que querê-lo fazer, vedes, vai outra do mesmo jaez, contanto que
se não vá a pasmar:
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Perdigão perdeu a pena,
<br />
não há mal que lhe não venha.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Em um mal outro começa,
<br />
que nunca vem só nenhum;
<br />
e o triste que tem um
<br />
a sofrer outro se ofereça;
<br />
e só pelo ver, conheça
<br />
que basta um só que tenha
<br />
para que outro lhe venha.
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;"><i>Luís Vaz de Camões, in "Cartas"</i></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #3d85c6;"><i>
</i>
</span>
</div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div class="fb-share-button fb_iframe_widget" data-href="http://www.citador.pt/textos/nao-se-diz-ao-triste-que-se-alegre-luis-vaz-de-camoes" data-layout="button_count">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="height: 0px; overflow: hidden; vertical-align: top; width: 0px;"></span></span></div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-51734257663564226982015-10-13T23:39:00.000+01:002015-10-13T23:39:16.448+01:00Como um adolescente tropeço de ternura...
<br />
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
</div>
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSaapQDN74TIYQptJevEZGko4jiHkz_7xrV5uPL97nFb9wPyHBrqPxv7i4vTDoXdmnRfq1DYKE0FYctxQPZx7tEbZKSDErvHg5i3U_Axu0qw1lR_b-EtxguVq9e5XtA3THaCpEiA/s1600/IMG_3987.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSaapQDN74TIYQptJevEZGko4jiHkz_7xrV5uPL97nFb9wPyHBrqPxv7i4vTDoXdmnRfq1DYKE0FYctxQPZx7tEbZKSDErvHg5i3U_Axu0qw1lR_b-EtxguVq9e5XtA3THaCpEiA/s640/IMG_3987.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
</div>
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
<span style="color: #3d85c6;">Nesta curva tão terna e lancinante<br />
que vai ser que já é o teu desaparecimento<br />
digo-te adeus<br />
e como um adolescente<br />
tropeço de ternura<br />
por ti.</span></div>
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
<span style="color: #3d85c6;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</span></div>
<div id="aPoema" itemprop="articleBody">
<span style="color: #3d85c6;">Alexandre O´Neill </span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-50139070419908955342015-10-12T00:21:00.001+01:002015-10-12T00:23:50.005+01:00Educação para a Independência do Pensamento...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAD9D_0owrrkMCsNdbBWY1dI46KkWwLwx_dGAUcq0nxDCbp-fPCldb0jTOIhjdTO2YhlcXvUJqUqa6_2UIxRZmAGde8l-BY36sbXcBY8SLTp5YzC_hh7ZoXCIq1NrYwytU33H21Q/s1600/_MG_0413a.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAD9D_0owrrkMCsNdbBWY1dI46KkWwLwx_dGAUcq0nxDCbp-fPCldb0jTOIhjdTO2YhlcXvUJqUqa6_2UIxRZmAGde8l-BY36sbXcBY8SLTp5YzC_hh7ZoXCIq1NrYwytU33H21Q/s640/_MG_0413a.gif" width="526" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<h2 style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-size: small;">O rumo que a Educação e o ensino têm seguido não é seguramente estranho à forma actual de discernir e de ser capaz de avaliar o que nos rodeia, de conseguir identificar o que é fruto da manipulação dos media, das mentiras mil vezes repetidas que "verdades" se tornam... </span> </span></span></h2>
<h2 style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">
<span style="font-weight: normal;"> </span>Educação para a Independência do Pensamento</span></h2>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">
Não basta preparar o homem para o domínio de uma especialidade
qualquer. Passará a ser então uma espécie de máquina utilizável, mas não
uma personalidade perfeita. O que importa é que venha a ter um sentido
atento para o que for digno de esforço, e que for belo e moralmente bom.
De contrário, virá a parecer-se mais com um cão amestrado do que com um
ser harmonicamente desenvolvido, pois só tem os conhecimentos da sua
especialização. Deve aprender a compreender os motivos dos homens, as
suas ilusões e as suas paixões, para tomar uma atitude perante cada um
dos seus semelhantes e perante a comunidade.
</span><br />
<span style="color: #3d85c6;">
Estes valores são transmitidos à jovem geração pelo contacto pessoal com
os professores, e não — ou pelos menos não primordialmente — pelos
livros de ensino. São os professores, antes de mais nada, que
desenvolvem e conservam a cultura. São ainda esses valores que tenho em
mente, quando recomendo, como algo de importante, as «humanidades» e não
o mero tecnicismo árido, no campo histórico e filosófico.
</span><br />
<span style="color: #3d85c6;">
A importância dada ao sistema de competição e a especialização precoce,
sob pretexto da utilidade imediata, é o que mata o espírito de que
depende toda a actividade cultural e até mesmo o próprio florescimento
das ciências de especialização.
</span><br />
<span style="color: #3d85c6;">
Faz também parte da essência de uma boa educação desenvolver nos jovens o
pensamento crítico independente, desenvolvimento esse que é
prejudicado, em grande parte, pela sobrecarga de disciplinas em que o
indivíduo, segundo o sistema adoptado, tem de obter nota de passagem. A
sobrecarga conduz necessariamente à superficialidade e à falta de
verdadeira cultura. O ensino deve ser de modo a fazer sentir aos alunos
que aquilo que se lhes ensina é uma dádiva preciosa e não uma amarga
obrigação. </span><br />
<br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;"><i>Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'</i></span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-76210076961408691792015-10-07T23:47:00.000+01:002015-10-07T23:47:06.760+01:00Continua vivendo entre nós, do nosso lado...<h2>
</h2>
<h2>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglO4ETDUSoFZsiPrWJL3O4fwkNXzr5Ya8misLa5CZecbFI6qeaKQANGK3ctp0BeTgOjA-fjeAyD0hDj5Uhzxx3Q01KdC4gciktY9Rwdij5f27_DPl1-9bDSp2KmXM7sB_LC_4bVA/s1600/IMG_5047.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglO4ETDUSoFZsiPrWJL3O4fwkNXzr5Ya8misLa5CZecbFI6qeaKQANGK3ctp0BeTgOjA-fjeAyD0hDj5Uhzxx3Q01KdC4gciktY9Rwdij5f27_DPl1-9bDSp2KmXM7sB_LC_4bVA/s640/IMG_5047.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
</h2>
<h2>
</h2>
<h2 style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">A Esperança é o mais Frágil dos Sentimentos</span></h2>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">Vivemos em Moçambique anos terríveis de guerra e de desespero. Quando
me perguntam como sobrevivemos a esse tempo, as pessoas se apressam a
falar da esperança. E dizem: pois é, a esperança é a última a morrer. É
isso que se diz. Contudo, não é verdade. A esperança é o mais frágil dos
sentimentos, um dos primeiros a desvanecer. Ela morre, porém, no
sentido que os africanos têm da morte. Quer dizer, ela morre mas não
fica morta. Continua vivendo entre nós, do nosso lado. E vai comandando,
secreta e subtilmente, processos e destinos. A esperança não é a última
a morrer ainda que possa ser a primeira a matar-nos. E estaremos mortos
se aceitarmos conviver, com cinismo, num mundo em que fazemos de conta
acreditar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><i>Mia Couto, in 'Pensatempos'</i></span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-14099965209922769512015-10-05T23:46:00.002+01:002015-10-07T00:10:54.541+01:00Mas o teu rosto está para além do tempo opaco...<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNK-gaO2LrJCnQWG_Eavys3ozfHODu1hvfm0QsICE6X5BHfqZsBy5dvO_dSWTmwbGhyphenhyphenRvIz69G6lg4af6WEi9iLNhARC2f9TpNrshQoXYjt6KwawYYSmH7BCeGcGXSGSpeckXFpA/s1600/IMG_4869c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNK-gaO2LrJCnQWG_Eavys3ozfHODu1hvfm0QsICE6X5BHfqZsBy5dvO_dSWTmwbGhyphenhyphenRvIz69G6lg4af6WEi9iLNhARC2f9TpNrshQoXYjt6KwawYYSmH7BCeGcGXSGSpeckXFpA/s640/IMG_4869c.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;">
Eis-me
<br />
Tendo-me despido de todos os meus mantos
<br />
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
<br />
Para ficar sozinha ante o silêncio
<br />
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
<br />
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
<br />
O meu coração desce as escadas do tempo
<br />
[em que não moras
<br />
E o teu encontro
<br />
São planícies e planícies de silêncio
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Escura é a noite
<br />
Escura e transparente
<br />
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
<br />
E eu não habito os jardins do teu silêncio
<br />
Porque tu és de todos os ausentes o ausente
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;"><i>Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'</i>
</span>
</div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="fb-share-button fb_iframe_widget" data-href="http://www.citador.pt/poemas/eisme-sophia-de-mello-breyner-andresen" data-layout="button_count">
<span style="height: 0px; overflow: hidden; vertical-align: top; width: 0px;"><br /></span></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-10077087942261093422015-09-27T16:35:00.001+01:002015-09-27T16:36:48.873+01:00As sombras têm exaustiva vida própria...<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc16TLJBUxgxX50kA91CWkqeAT5pZOrQJXiBIjEcOJ6u46IH0FClO4xTwX71ry0wcsp6ReRUJ1LHVoEvp_PxeLVU0tbDzv7syMHQf3ZDJP_p9FzxZvBB7cjIllo_5F8MD0w1i4kQ/s1600/IMG_8346.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc16TLJBUxgxX50kA91CWkqeAT5pZOrQJXiBIjEcOJ6u46IH0FClO4xTwX71ry0wcsp6ReRUJ1LHVoEvp_PxeLVU0tbDzv7syMHQf3ZDJP_p9FzxZvBB7cjIllo_5F8MD0w1i4kQ/s640/IMG_8346.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
<span style="color: #3d85c6;"> FAZ-SE LUZ</span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;">Faz-se luz pelo processo
<br />
de eliminação de sombras
<br />
Ora as sombras existem
<br />
as sombras têm exaustiva vida própria
<br />
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
<br />
intensamente amantes loucamente amadas
<br />
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
<br />
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem
</span>
<span style="color: #3d85c6;"><br />
Por outro lado a sombra dita a luz
<br />
não ilumina realmente os objectos
<br />
os objectos vivem às escuras
<br />
numa perpétua aurora surrealista
<br />
com a qual não podemos contactar
<br />
senão como amantes
<br />
de olhos fechados
<br />
e lâmpadas nos dedos e na boca
</span>
<span style="color: #3d85c6;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span>
<span style="color: #3d85c6;"><i>Mário Cesariny, in "Pena Capital"</i>
</span>
<span style="color: #3d85c6;">
</span>
</div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span><br />
<div class="fb-share-button fb_iframe_widget" data-href="http://www.citador.pt/poemas/fazse-luz-mario-cesariny-de-vasconcelos" data-layout="button_count">
<span style="color: #3d85c6;"><span style="height: 0px; overflow: hidden; vertical-align: top; width: 0px;"></span></span></div>
<span style="color: #3d85c6;">
</span>addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-21599186424870639872015-09-24T23:09:00.000+01:002015-09-24T23:09:32.058+01:00Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF2WQdew4kIyY9fmHkDkp_8_ffGwzdit-W2uliEXizFX8VlUivWI0NAX5NhpI1zc8xJ511IxbUUMWpymsSpaKwVSQC-W1o6Mjmlp8JvsMxQluEph_mFW7Q3U5cdw2PsisDvfhexA/s1600/IMG_3327a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF2WQdew4kIyY9fmHkDkp_8_ffGwzdit-W2uliEXizFX8VlUivWI0NAX5NhpI1zc8xJ511IxbUUMWpymsSpaKwVSQC-W1o6Mjmlp8JvsMxQluEph_mFW7Q3U5cdw2PsisDvfhexA/s640/IMG_3327a.jpg" width="426" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">Amar é arriscar. Tudo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">O amor é algo extraordinário e muito raro. Ao contrário do que se
pensa não é universal, não está ao alcance de todos, muito poucos o
mantêm aqui. Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus
fingimentos até ao seu contrário: o egoísmo.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">A banalidade do gosto de ti porque gostas de mim é uma aberração
intelectual e um sentimento mesquinho. Negócio estranho de contabilidade
organizada. Amar na verdade, amar, é algo que poucos aguentam,
prefere-se mudar o conceito de amor a trocar as voltas à vida quando
esta parece tão confortável.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">Amar é dar a vida a um outro. A sua. A única. Arriscar tudo. Tudo. A
magnífica beleza do amor reside na total ausência de planos de
contingência. Quando se ama, entrega-se a vida toda, ali, desprotegido,
correndo o tremendo risco de ficar completamente só, assumindo-o com
coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode tão pouco diante
do amor. Quase nada. Ama-se por cima da morte, porquanto o fim não é o
momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">De pouco vale viver uma vida inteira se não sentirmos que o mais valioso
que temos, o que somos, não é para nós, serve precisamente para
oferecermos. Sim, sem porquê nem para quê. Sim, de mãos abertas. Sim...
porque, ainda além de tudo o que aqui existe, há um mundo onde vivem
para sempre todos os que ousaram amar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6;">José Luís Nunes Martins in "Filosofias-79 reflexões"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14524766.post-61179318779616914612015-09-19T19:26:00.001+01:002015-09-19T19:27:44.663+01:00O amor é esse contacto sem tempo...<h2>
<span style="font-size: small;"> </span></h2>
<h2>
<span style="font-size: small;"> </span></h2>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3GFzNpNAk_Afv8PlaMDyxkwBVCDtSJ9n3_IBCiMYF-W36EZ1QVQ0G3oQcn2H_szTMJ2VXDSNO4WVGkrKr8V5HO2ssj6gU9MEjzjGFh8y7DVYByxqJdd6vidSODDR9qP5bTjSBg/s1600/IMG_8169a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3GFzNpNAk_Afv8PlaMDyxkwBVCDtSJ9n3_IBCiMYF-W36EZ1QVQ0G3oQcn2H_szTMJ2VXDSNO4WVGkrKr8V5HO2ssj6gU9MEjzjGFh8y7DVYByxqJdd6vidSODDR9qP5bTjSBg/s640/IMG_8169a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Addiragram </td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="font-size: large;">Definição</span></h2>
<div style="font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;">
Quem esquece o amor, e o dissipa, saberá
<br />
que sentimento corrompe, ou apenas se o coração
<br />
se encontra no vazio da memória? O vento
<br />
não percorre a tarde com o seu canto alucinado,
<br />
que só os loucos pressentem, para que tu
<br />
o ignores; nem a sabedoria melancólica das árvores
<br />
te oferece uma sombra para que lhe
<br />
fujas com um riso ágil de quem crê
<br />
na superfície da vida. Esses são alguns limites
<br />
que a natureza põe a quem resiste à convicção
<br />
da noite. O caminho está aberto, porém,
<br />
para quem se decida a reconhecê-los; e os própri<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
os
<br />
passos encontram a direcção fácil nos sulcos
<br />
que o poema abriu na erva gasta da linguagem. Então,
<br />
entra nesse campo; não receies o horizonte
<br />
que a tempestade habita, à tarde, nem o vulto inquieto
<br />
cujos braços te chamam. Apropria-te do calor
<br />
seco dos vestíbulos. Bebe o licor
<br />
das conchas residuais do sexo. Assim, os teus lábios
<br />
imprimem nos meus uma marca de sangue, manchando
<br />
o verso. Ambos cedemos à promiscuidade do poente,
<br />
ignorando as nuvens e os astros. O amor
<br />
é esse contacto sem espaço,
<br />
o quarto fechado das sensações,
<br />
a respiração que a terra ouve
<br />
pelos ouvidos da treva.
<br />
<br />
<i>Nuno Júdice, in "Um Canto na Espessura do Tempo"</i>
<br />
</div>
<div class="fb-share-button fb_iframe_widget" data-href="http://www.citador.pt/poemas/definicao-nuno-judice" data-layout="button_count">
<span style="height: 0px; overflow: hidden; vertical-align: top; width: 0px;"></span></div>
<br />
<br />addiragramhttp://www.blogger.com/profile/10038212697981984086noreply@blogger.com3