segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Tudo é inimitável...



APONTAMENTO NO MUSEU DE NÁPOLES


Tudo é inimitável:
a cabeça quase em pudor reclinada
sobre o desalento
de um inverno distante,
os cabelos abertos na incerta
direcção dos ombros,
o pescoço igual a um fragmento de coluna
( é sempre tão longo caminho um fragmento),
as mãos incólumes que tornam
misterioso o fogo


José Tolentino de Mendonça ( De igual para igual)

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