Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
E que tinha ela feito da vida?
«Lembras-te do lago?», perguntou ela, repentinamente, sob a pressão de um sentimento que lhe oprimia o coração, fazendo com que os músculos da garganta se lhe retesassem e os lábios se lhe contraíssem ao pronunciar a palavra «lago».Pois ela era ainda uma criança que, junto dos seus pais, atirava pão aos patos e ao mesmo tempo uma mulher madura que se dirigia aos pais, de pé na margem do lago, transportando nos braços a sua vida, uma vida que, à medida que deles se aproximava, ia crescendo, crescendo, até se tornar uma vida inteira, uma vida completa, que depunha aos pés deles, dizendo « Isto foi o que dela fiz! Isto» e que tinha ela feito da vida? O quê, de facto? Sentada ali nessa manhã, a coser, ao lado de Peter Walsh.
Olhou Peter. O seu olhar, atravessando todo esse tempo e todas essas emoções , alcançou-o a medo,fixou-se nele, emocionado, e depois levantou voo,como um pássaro que, mal pousa num ramo, logo levanta voo.Discretamente, enxugou as lágrimas.
Virginia Woolf ( Mrs.Dalloway )
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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É bom quando uma mulher trnasporta nos braços a sua vida. Mas é duro!
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