sexta-feira, fevereiro 10, 2006

A humanidade vai tarde ou cedo aos laços de ternura





Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços de ternura:
Tu és doce atractivo, ó formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.

Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão n'alma se apura
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.

Qual se abismou nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre;
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.

Manuel Maria Barbosa do Bocage

2 comentários:

  1. Numa casa assim, com aquela luz calma, todos os laços de ternura se fortalecem.

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  2. Nascemos mesmo para amar. E quantas coisas vêm coladas ao amor, quantas! De boas e de más, que cada coisa tem o seu reverso e isso já estava escrito quando nascemos.

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