terça-feira, julho 28, 2009

Fotógrafos de Sempre-Sebastião Salgado

"Quis provocar um debate sobre o estado do planeta. Esta globalização de que tanto se fala não são apenas cifras. Também são pessoas que estão sendo globalizadas. Deixaram-me fotografá-las, tenho a responsabilidade de mostrar estas imagens da maneira mais ampla possível. É uma exposição global."

A importância da obra de Sebastião Salgado transcende a qualidade da sua fotografia. Ele soube aliar de maneira exemplar a arte de olhar e de captar com capacidade de nos fazer sentir o sofrimento dos grupos marginalizados. Toda a sua obra fotográfica é também uma obra política, em sentido lado. Nascido em 1944 e vivendo no meio de sete irmãs, vai estudar Economia para para S. Paulo. Continua os estudos de Economia em Paris tendo-se doutorado em 1971. Vai trabalhar para África levando com ele a máquina emprestada de sua mulher Lélia Wanick Salgado,e iniciando-se como fotógrafo amador. Salgado cobriu as guerras de Angola e do Saraa espanhol, percorreu toda a América Latina, tendo iniciado as suas publicações na Agência Magnum em 1979.
"Nos anos 80, trabalhou 15 meses com o grupo francês Médicos Sem Fronteiras durante a seca na região do Sahel, na África. Na viagem produziu Sahel: O Homem em Pânico (1986), um documento sobre a dignidade e a perseverança de pessoas nas mais extremas condições. Entre 1986 e 1992, fez Trabalhadores (1993), um documentário fotográfico sobre o fim do trabalho manual em grande escala em 26 países. Em seguida, produziu Terra: Luta dos Sem-Terra Êxodos e Crianças (2000), retratando a vida de retirantes refugiados e migrantes de 41 países. Em todos esses trabalhos, Sebastião Salgado, sempre procurou “misturar-se " com a população local. Por esse motivo, muitas vezes, chegava aos povoados e acampamentos de ônibus, por entender que se chegasse num automóvel “seria um desastre – o homem do carro”, um homem rico, e não “uma pessoa comum”. Acredita que para ter um bom relacionamento e o seu trabalho ser condizente com o momento que pretende captar, “é necessário ser aceitte pela realidade”.A sua filosofia combina com o seu senso pessoal de economia: viajando em terceira classe, cortando seu filme e trabalhando 16 horas por dia revelando milhares de provas por conta própria... (1997), sobre a luta pela terra no Brasil..."http://pt.shvoong.com/humanities/arts/1603579-sebasti%C3%A3o-salgado-fotografia-engajada-conhecida/

Olhar a fotografia de Sebastião Salgado é tocar um olhar que teve o dom de se misturar(para melhor procurar entender) aqueles sobre os quais se debruçou. A sua posição não é a de um voyeurista, mas de alguém que procurou empatizar com todos aqueles que não tinham voz.

"Para mim, a fotografia é o reconhecimento simultâneo, numa fração de segundo, do significado de um acontecimento e da organização exata das formas que o expressam”

1 comentário:

  1. Claro que o Sebastião Salgado teria de ocupar um lugar de destaque nesta tua série sobre grandes fotógrafos.
    Como é dito no texto, Salgado, com a sua arte, mas sobretudo com a sua visão do mundo, fez mais pela denúncia de desigualdades e injustiças do que muitos discursos.

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