(Aguinaldo Vera Cruz-serra da Estrela)
Deixa-me ouvir o que não ouço...
Não é a brisa, ou o arvoredo;
É outra coisa intercalada...
É qualquer coisa que não posso
Ouvir senão em segredo,
E que talvez não seja nada...
Deixa-me ouvir...Não fales alto!
Um momento!...Depois o amor,
Se quiseres...Agora cala!
Ténue, longínquo sobressalto
Que substitui a dor
Que inquieta e embala...
O quê?Só a brisa entre a folhagem?
Talvez...Só o canto pressentido?
Não sei, mas custa amar depois...
Sim, torna a mim, e a paisagem
E a verdadeira brisa, ruído...
Que pena sermos dois!
Fernando Pessoa- 12-08-1930)
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sábado, novembro 29, 2008
É outra coisa intercalada...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Lindíssimos
ResponderEliminarfotografia e
poema.
Bom fim-de-semana
:)
lido no dia (30) em que faz aanos que ele morreu-1935.Ou seja em que a sua verdadeira vida surgiu verdadeiramente para o mundo.
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