Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
domingo, fevereiro 25, 2007
UM DOMINGO COM LÍDIA JORGE
(Picasso)
Sou de vidro
Meus amigos sou de vidro
Sou de vidro escurecido
Encubro a luz que me habita
Não por ser feia ou bonita
Mas por ter assim nascido
Sou de vidro escurecido
Mas por ter assim nascido
Não me atinjam não me toquem
Meus amigos sou de vidro
Sou de vidro escurecido
Tenho fumo por vestido
E um cinto de escuridão
Mas trago a transparência
Envolvida no que digo
Meus amigos sou de vidro
Por isso não me maltratem
Não me quebrem não me partam
Sou de vidro escurecido
Tenho fumo por vestido
Mas por assim ter nascido
Não por ser feia ou bonita
Envolvida no que digo
Encubro a luz que me habita
(Lídia Jorge)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Não conhecia a faceta poética da Lídia Jorge.
ResponderEliminarDecididamente ando a dormir!
Obrigada pelo poema
é a minha preferida entre todos os contemporâneos. Mas na prosa, não na poesia, que não é a sua especialidade; penso, aliás, que este poema é um dos poucos que escreveu, quando era muito jovem.
ResponderEliminarPor incrível que pareça encontrei este poema no hi5 e como fiquei trespassado pelo mesmo, pela curiosidade vim até aqui.É bom saber que a alma pode crescer assim tanto, sem morrer! olhame.hi5
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