Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sábado, fevereiro 24, 2007
Estira-se o tempo nos pulmões...
(Bouguereau)
Não há palavras
Tocas um corpo, sentes-lhe o repetido tremor
sob os teus dedos, o cálido andamento do sangue.
Observas-Ihe o lânguido amolecimento,
as suas sombra corporais, o seu desvelado esplendor.
Não há palavras. Tocas um corpo; um mundo
enche agora as tuas mãos empurra o seu destino.
Estira-se o tempo nos pulmões
silva como um chicote rente aos lábios.
As horas, o instante, detêm-se,
extrais aí a tua pequena parcela de eternidade.
Antes foram os nomes e as datas.
a história tão clara e lúcida de dois rostos distantes.
Depois aquilo a que chamas amor,
talvez se transforme em promessa arrancada,
muro erguido que pretende encerrar
aquilo que só em liberdade pode ganhar-se.
Não importa, agora nada importa.
Tocas um corpo, nele te fundes,
apalpas a vida, real, comum. Já não estás só.
Juan Luis Panero
Antes que Chegue a Noite
Versões de
António Cabrita
e
Teresa Noronha
Fenda
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Tocar um corpo é sentir a forma da alma!
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