Quando amamos fortemente, é sempre uma novidade ver a pessoa amada; após um momento de ausência, damos pela sua falta no coração. Que alegria, a de a reencontrarmos! Sentimos de imediato um cessar de inquietações. É necessário todavia que esse amor esteja já muito avançado; porque quando é nascente e não fizemos progresso algum, sentimos com efeito um cessar de inquietações, mas outras sobrevêm.
Ainda que os males se sucedam assim uns aos outros, não deixamos de desejar a presença da amada na esperança de sofrermos menos; contudo quando a vemos, cremos sofrer mais do que antes. Os males passados já não ferem, os presentes tocam-nos, e é pelo que toca que ajuizamos. Um amante neste estado não é digno de compaixão?
Ainda que os males se sucedam assim uns aos outros, não deixamos de desejar a presença da amada na esperança de sofrermos menos; contudo quando a vemos, cremos sofrer mais do que antes. Os males passados já não ferem, os presentes tocam-nos, e é pelo que toca que ajuizamos. Um amante neste estado não é digno de compaixão?
(Blaise Pascal- Discurso sobre as Paixões do Amor-Ed. Fenda)
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