terça-feira, dezembro 23, 2008

A pena não acode ao gesto seu...


Soneto de natal

Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto . . . A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

(Machado de Assis)

4 comentários:

  1. Belo poema - e a imagem que nos lembra que «o essencial é invisível para os olhos» e que a morte suave é apenas um regresso à verdadeira vida - o nosso planeta, a nossa flor «única no mundo», os nossos pôr do sol «quando estamos tristes»(mas não só...).Feliz natal, amiga1

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  2. Obrigada pela bela articulação que fez! Um abraço amigo neste Natal!

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  3. Entre o Petit Prince e a raposa esta mão cheia de afecto.

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  4. Um feliz Natal cheio de sonhos... sempre.
    Beijinho e Obrigada.

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