(Vieira da Silva)[Em Toda a Biblioteca há Espíritos ]
Penso que em toda a biblioteca há espíritos. Esses são os espíritos dos mortos que só despertam quando o leitor os busca. Assim, o acto estético não corresponde a um livro. Um livro é um cubo de papel, uma coisa entre coisas. O acto estético ocorre muito poucas vezes, e cada vez em situações inteiramente diferentes e sempre de modo preciso. (...) Detenhamo-nos nesta ideia: onde está a fé do leitor? Porque, para ler um livro, devemos acreditar nele? Se não acreditamos no livro, não acreditamos no prazer da leitura. (...) Acompanhamos a ficção como acontece, de alguma maneira, no sonho.
(Jorge Luís Borges, in "Camões, por Jorge Luis Borges", jornal O Estado de São Paulo)
in http://barcosflores.blogspot.com/
in http://barcosflores.blogspot.com/
Só que a ficção é um sonho do qual podemos escolher o fim enquanto o sonho é uma ficção imprevisivel
ResponderEliminarSem dúvida!Do que Borges nos fala é da capacidade de "rêverie" de cada um de nós.Sem ela, dificilmente nos deixaremos "embalar" pela estória.Mas também temos de olhar aquele livro como um lugar virtual onde projectámos miríades de outras histórias.
ResponderEliminarsomos sempre criadores enquanto receptores.
ResponderEliminarnão falo na morte do autor, mas que ele é ultrapassado pelo leitor, isso sim, é verdade...