quarta-feira, dezembro 10, 2008

Mas o natal da minha mãe é ainda o meu natal

(Rei Mago de Barcelos)

A abstracção não precisa de mãe nem pai
nem tão pouco de tão tolo infante

mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta

ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música


ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores


multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando


moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém

(João Miguel Fernandes Jorge)


Como habitualmente, dedico estes dias aos poetas e escritores que, inspirando-se no Natal, também o pensaram ou questionaram através da lente dos seus afectos.
Uma maneira de O festejar...à minha maneira.

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