domingo, dezembro 10, 2006

UM DOMINGO COM MARIA TERESA HORTA


MUSA

É a musa a esmeralda
a cintilação absurda
uma pequena bolsa de ar
na lisura do pulso

No perfil do papel
a vagem do poema

A penumbra
a palavra
a rasura da pena

É a musa o marfim
o faim à cintura
o mistério que se adensa
na leveza da bruma

No fio do coração
o voo do sentimento

A queda
a vertigem
uma sombra de agrura

É a musa o diamante
o torvelinho da alma
o secreto segredo onde a estrofe
se esfuma

Na fímbria do retrato
a nau do pensamento

A urgência
de tudo
ou de coisa nenhuma.


Maria Teresa Horta (Inquietude)

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