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MUSA
É a musa a esmeralda
a cintilação absurda
uma pequena bolsa de ar
na lisura do pulso
No perfil do papel
a vagem do poema
A penumbra
a palavra
a rasura da pena
É a musa o marfim
o faim à cintura
o mistério que se adensa
na leveza da bruma
No fio do coração
o voo do sentimento
A queda
a vertigem
uma sombra de agrura
É a musa o diamante
o torvelinho da alma
o secreto segredo onde a estrofe
se esfuma
Na fímbria do retrato
a nau do pensamento
A urgência
de tudo
ou de coisa nenhuma.
Maria Teresa Horta (Inquietude)
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