sexta-feira, dezembro 01, 2006

Nasces no deserto das minhas mãos...

(Duchamp)

O NASCIMENTO

Nasces no instante em que tomo
consciência de estar só

Nasces no deserto das minhas mãos
no espaço que separa as coisas
umas das outras nasces renasces
no mar que se visita ó sabor do sol
de olhos abertos

Nasces no instante em que tomo
nas mãos o peso da morte o peso
deste pobre movimento que nos vem
do centro da terra ó vinho ó repouso
infinito

Casimiro de Brito

1 comentário:

  1. Recebi o poema como se fosse para honrar o meu nascimento.
    Não é vaidade, é gosto de ler e apreciar as tuas escolhas.
    beijo.

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