(Denis)
Divagação sobre a palavra dormir
Gostava de te olhar a dormir
mesmo que isso nunca aconteça.
Gostava de te olhar,
a dormir. Gostava de dormir
contigo, entrar
no teu sono, sentir seu fluxo suave e nebuloso
a deslizar sobre a minha cabeça
e caminhar contigo nessa floresta luminosa
ondulante de folhas fluorescentes
com um sol aquoso e três luas
até à caverna onde terás que descer,
em direcção ao teu pior medo
Gostava de te oferecer o ramal de prata,
a pequenina flor branca, aquela
palavra que te protegerá
da dor a meio
do teu sonho, do desgosto
central. Gostava de te acompanhar
até ao cimo da longa escadaria
mais uma vez e de ser
o barco para te transportar de volta
com cuidado, uma chama
entre duas mãos em concha
onde o teu corpo se deita
ao lado do meu, e tal como nele entras
com a facilidade com que se respira
Gostava de ser o ar
que te habita durante um breve
instante. Gostava de se ser tão imperceptível
e tão necessária.
Margaret Atwood -n.em 1039-Canadá
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Enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com/
http://cristalina.multiply.com/
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
domingo, dezembro 03, 2006
UM DOMINGO COM MARGARET ATWOOD
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Diz-me tanto, a ultima estrofe! :)
ResponderEliminarJinhos.