(Penélope-Franklin Simmons) )
Todos os dias eu subia ao último andar do palácio e olhava para o porto. Por vezes via navios, mas nunca o navio que ansiava ver.
Corriam boatos trazidos por outros navios.O Ulisses e os seus homens tinham-se embriagado no primeiro porto de escala e os homens tinham-se amotinado, diziam uns; não, diziam outros, tinham comido uma planta mágica que lhes provocara a perda da memória e o Ulisses salvara-os amarrando-os e carregando-os para os navios. O Ulisses andara a lutar com um gigante dum só olho, o Ciclope,diziam uns; não, isso era o dono de uma taberna que era zarolho, diziam outros, e a luta fora só por falta de pagamento da conta. Alguns dos homens haviam sido devorados por canibais, diziam uns; não, fora só uma briga dum género invulgar, diziam outros, com orelhas arrancadas à dentada e narizes a sangrar e punhaladas e eviscerações. O Ulisses era hóspede duma deusa numa ilha encantada, diziam uns; ela transformara-lhe os marinheiros em porcos-ora a grande novidade, pensava eu-,mas voltara a devolvê-los à primeira forma porque se apaixonara pelo Ulisses e estava a alimentá-lo com manjares de que nunca se ouvira falar...
(Margaret Atwood) A Odisseia de Penélope
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Todos os dias ...olhava para o porto...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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as mulheres ficam sempre coladas ao cais.
ResponderEliminartriste sina a de quem espera...