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COM UM SÓ FÓSFORO
ILUMINO O INFINITO
Com um só fósforo ilumino o infinito.
E muitas vezes o infinito é algo
muito próximo, um livro, uma chávena
de chá, o teu rosto escondido
na penumbra, o retrato de alguém desconhecido
que de uma praça, acena,
um fio de tabaco, um monograma
num lenço muito branco.
O infinito o mais das vezes é
não mais do que o que toca o coração,
uma leve poeira pelo ar, um ponto fixo
que a mão ousa tocar, esta chama
que de repente amplia a escuridão
e me torna visível a quem passa
e no clarão acende o seu cigarro.
Amadeu Baptista( Revista aguas furtadas 4+5-2003)
que belo poema! demais.
ResponderEliminarum beijo daqui, onde é verão.
Raramente comento, mas guardo sempre o seu bom gosto,nas imagens e nos poemas que divulga.Um beijo amigo
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