
A ROSA MUTÁVEL
Quando se abre na manhã,
rubra como sangue está.
O orvalho não a toca
com medo de se queimar.
Aberta à luz do meio-dia
é dura como um coral.
O sol assoma nos vidros
só para a ver fulgurar.
Quando nos ramos começam
os pássaros a cantar,
e quando a tarde desmaia
nas violetas do mar,
torna-se branca, tão branca
como uma face de sal.
E logo que a noite toca
brando corno de metal
e as estrelas avançam
enquanto se esconde o ar,
no risco fino da sombra, começa-se a desfolhar.
( Trinta e seis poemas e uma aleluia erótica- Federico Garcia Lorca
linda mas efémera.
ResponderEliminarvale a pena reter no olhar o que é bonito. depois acaba.