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O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Jorge de Sena
Lindo,lindo... quase sem palavras para qualquer comentário!
ResponderEliminarA corrida inexorável e indomada do tempo em todos os campos, inclusive no percurso amoroso. E que bem é descrito o desfasamento do tempo corporal e do tempo emocional... dois registos que não vivem um sem o outro.
ResponderEliminarO corpo é como o tempo, não espera ... Lindas palavras!!!
ResponderEliminarGrande e injustiçado Jorge de Sena!
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