Por estes dias dei por mim a pensar que sendo o "Aguarelas " um lugar onde vou inscrevendo muitas das minhas preferências culturais, que sentido faria deixar de fora os Fotógrafos?Tornou-se-me então premente criar essa rubrica, injustamente esquecida. Assim, às 4ªs feiras, passarei a trazer uma fotografia de um fotógrafo que, tanto quanto possível, tentarei comentar.
Dei a Cartier-Bresson as honras de abertura. Ele foi o "meu" primeiro fotógrafo. Quando me iniciei na fotografia, como amadora, era nele que buscava inspiração. Com uma Pentax e um rolo a preto e branco percorria zonas antigas de Lisboa, tentando captar instantes do nosso quotidiano, que depois revelava num laboratório doméstico. Emoções que ficaram para sempre impressas.
Mas voltemos a Cartier-Bresson.
O que vemos quando olhamos uma fotografia de Cartier-Bresson?
Para além dos aspectos técnicos, que não me sinto capaz de comentar, encontro-me sobretudo com o Homem que soube olhar, com o coração, cada instante que captou. Quem pega numa máquina sabe que o instante do disparo nada tem de aleatório. Ele pretende reter no interior da câmara a projecção do que no interior de cada fotógrafo "dança". Cruzam-se emoções com personagens e lugares e nasce (quando tudo se conjuga, até mesmo o aleatório...) a fotografia. Os fotogramas de Cartier-Bresson tornaram-se de tal modo "únicos" que transformaram cada momento captado num instante perpétuo que conquistou uma existência própria. Nesse sentido a fotografia, quando salta a fronteira do banal, não é diferente de uma qualquer tela que nos comova ou que os agite. Bresson teve o génio de transformar o instante captado numa "escrita" que nos cria a ilusão de termos nós, também um pouco, essa costela de fotógrafo-pintor.
http://www.magnumphotos.com/archive/C.aspx?VP=XSpecific_MAG.Biography_VPage&AID=2K7O3R14T50B
http://wwwfiaposdepalavras.blogspot.com/2009/04/entrevista-com-henri-cartier-bresson.html
Dei a Cartier-Bresson as honras de abertura. Ele foi o "meu" primeiro fotógrafo. Quando me iniciei na fotografia, como amadora, era nele que buscava inspiração. Com uma Pentax e um rolo a preto e branco percorria zonas antigas de Lisboa, tentando captar instantes do nosso quotidiano, que depois revelava num laboratório doméstico. Emoções que ficaram para sempre impressas.
Mas voltemos a Cartier-Bresson.
O que vemos quando olhamos uma fotografia de Cartier-Bresson?
Para além dos aspectos técnicos, que não me sinto capaz de comentar, encontro-me sobretudo com o Homem que soube olhar, com o coração, cada instante que captou. Quem pega numa máquina sabe que o instante do disparo nada tem de aleatório. Ele pretende reter no interior da câmara a projecção do que no interior de cada fotógrafo "dança". Cruzam-se emoções com personagens e lugares e nasce (quando tudo se conjuga, até mesmo o aleatório...) a fotografia. Os fotogramas de Cartier-Bresson tornaram-se de tal modo "únicos" que transformaram cada momento captado num instante perpétuo que conquistou uma existência própria. Nesse sentido a fotografia, quando salta a fronteira do banal, não é diferente de uma qualquer tela que nos comova ou que os agite. Bresson teve o génio de transformar o instante captado numa "escrita" que nos cria a ilusão de termos nós, também um pouco, essa costela de fotógrafo-pintor.
http://www.magnumphotos.com/archive/C.aspx?VP=XSpecific_MAG.Biography_VPage&AID=2K7O3R14T50B
http://wwwfiaposdepalavras.blogspot.com/2009/04/entrevista-com-henri-cartier-bresson.html
Enorme!
ResponderEliminar"É" uma vez uma casa, numa cidade ao norte, onde ele está, na parede da sala, a olhar para nós, pelos olhos do menino com duas garrafas.
É bem verdade que os fotógrafos (os bons) merecem uma referência muito especial no cantinho dos artistas.
ResponderEliminarTambém tenho uma predilecção pelo "preto-e-branco".
E ainda tenho por aí a velha Pentax com que fiz muitos "bonecos".
Hoje converti-me ao digital...
O Cartier-Bresson é uma excelente e justa abertura para a referência aos fotógrafos. Ele é um mestre e já un clássico.
Como o será, por exemplo, o Sebastião Salgado, de que, certamente, também falarás.
Fantástica!
ResponderEliminarAquele pormenor do cão é soberbo!
Muitos parabéns pela iniciativa.
:)
ResponderEliminarOlhar com olho de fotógrafo, não é o que se ocstuma dizer?
Beijinho