Na cidade onde vivo um grande parque acompanhou-me desde pequena. Nele jogávamos às escondidas, aos polícias e ladrões, à "mamã dá licença"...quantos passos? ; nele passeámos com os nossos pais aos fins de semana, nele aprendemos a dar as nossas primeiras remadelas no seu lago artificial, nele patinámos, nele conversámos com os nossos amigos, nele namoriscámos e namorámos, e nele, também, estudámos. Como eu adorava andar nuns barquinhos iguais a estes que, em dias especiais, o nosso pai nos presenteava. Uma meia-hora de passeio já não era nada mau...Em dias de festa lá se alugava uma hora. E era mesmo bom porque era carregado de emoções. Nunca se sabia se conseguiríamos remá-lo a preceito sem embater nas margens, conseguindo passar lado a lado com outro barco por debaixo da ponte, se as nossas remadelas desajeitadas não produziriam uma "ondulação"capaz de molhar um de nós, se...um dia, o bote não se viraria...E assim corriam as manhãs de alguns sábados ou domingos da nossa infância na alegre e estimulante companhia do nosso pai, onde também não faltava o "retrato" para assinalar o momento.
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
terça-feira, julho 15, 2008
" O TEMPO NOS PARQUES"-Caldas da Rainha V
(Aguarelas de Turner)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Creio reconhecer este parque bem perto donde vivo agora. Nesse tempo o meu jardim era mais pequeno mas tinha uma árvore enorme - que ainda hoje visito - e um lago que já secaram e sempre, sempre seguindo meus passos a Maria da Fonte.
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