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(Cézanne)
Enquanto for tempo
Os pêssegos e as maçãs de Cézanne
repousam no cesto do pão. Eu não
os olhei ainda o bastante. Distraído
por nada e por coisa nenhuma,
passo por eles de manhã e à
noite. Mas é como se eles não
existissem. Não aprendi ainda
a lição, a terrível lição: enquanto
for tempo de durar, dura; olha
enquanto for tempo de ver. Se
for tempo de estar, está. Sofre,
se for tempo de sofrer. E odeia
também, se te apetecer e for
preciso. Não descures os
minutos e os segundos, não
desprezes o infinitamente
pequeno, pois se te for concedido
o tempo hás-de arrepender-te.
João Camilo ( O som atinge o cimo das montanhas)
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