Percorrendo em 2007 os Açores encontrei vivas muitas marcas do último terramoto. Esta Igreja deve permanecer ainda completamente por terra. Ela está ali para nos lembrar que as vidas que desabam nunca poderão ser reconstruidas. Todos nós estamos de olhos postos no Haiti e no infinito desamparo e dor em que se encontram centenas de milhares de pessoas. Desejamos estender os braços a todos os que vagueiam sem destino procurando desesperadamente reatar os seus com vida. Sentimos também um imenso alívio por "aquilo" não se ter passado do lado de cá. Esta dualidade, se não pensada, pode-nos conduzir a olhar relatos do sismo como algo que, progressivamente, vai ficando mais desafectado, transformando-se, pouco a pouco, num espectáculo perverso. Não são só as televisões que concorrem para este perigo. São também todas as pessoas que olham a repetição das imagens como que para confirmarem que escaparam desta vez. Por isso os outros, os que morrem, e gritam de dor, rapidamente serão esquecidos.
Já que estamos do lado de cá e a vida ainda vai podendo ser cantada, resta-nos a solidariedade. Mas uma solidariedade activa, procurando mobilizar todos os que estão à nossa volta para não deixarem de ajudar. Ficam aqui, a título de incentivo, os nºs para transferência bancária para a A.M.I. e para a Cruz Vermelha Portuguesa.
Sim... ao menos façamos algo!
ResponderEliminarNós e os que nasceram no lado errado da História.
ResponderEliminarDe gritos como este podemos tentar reconstruir um pouco de esperança.
ResponderEliminarfaçamos algo!
ResponderEliminarde facto percebi agora porque continuo a ver as imagens da televisão...
ResponderEliminartocaste no ponto da questão.
... mas apetecia-me ir, sabes...
... de há uns tempos para cá apetece-me deixar tudo e ir ajudar quem precisa. Deveria ser profissional de saúde para ter mais possibilidade de o fazer. E menos idade.