Os gatos,
não vagabundos mas sem ter um dono,
ao sol adormecidos
em ruas sem passeios,
ou esperando uma mão generosa
talvez entre ruínas,
os gatos
imortais de um modo tão humilde,
desafiam o tempo, permanecem
suportando bons e maus momentos,
nada sabendo da História
que levanta edifícios
ou os deixa abismar-se entre pedaços
belos ainda, agora nobres pedestais
dessas figuras: livres.
Olhar fixo de uns olhos muito verdes,
em solidão, em ócio e luz distante.
Olhos semicerrados, olhos quase chineses,
loira a pele em calma iluminada.
Erguido junto a um mármore,
resto sobrevivente de coluna,
alguém feliz e pulcro
alia-se com a pata bem lambida.
gatos. Frente à História,
sensíveis, sérios, sozinhos, inocentes.
(Jorge Guíllen, Gatos de Roma)
E quando caem, caem de pé...
ResponderEliminarOs gatos são, dos animais ditos domésticos, os mais independentes e nobres. Por isso sempre gosrei de gatos.
ResponderEliminarAgora não tenho nenhum que seja mesmo meu, mas por aqui circulam alguns exemplares de vizinhos.
Especialmente uma gatucha branca que conhece os nossos horários e por aqui vem pontualmente, reivindicar a sua dose de mimos.