Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sexta-feira, setembro 25, 2009
E ele deixou-se estar...
Zoologia: O Melro
Na gaiola, o melro não tem o bico mais amarelo
do que fora dela. Encolhe-se a um canto,
coitado, e parece envergonhado;
-embora esteja ali por culpa de quem lá o meteu
sabendo que um melro não cai do céu.
Há pássaros assim, que qualquer um
mete numa gaiola, apesar do bico ser amarelo.
Não cantam. Não voam. Não falam.
São pássaros cegos
com a mudez dos oráculos e mudos
com a lucidez dos profetas.
Perfeitamente por acaso, abri-lhe
a gaiola. E ele deixou-se estar, sem sair
nem entrar.
(Nuno Júdice- Poemas em voz alta)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Somos (quase) todos melros. Deixamo-nos estar...
ResponderEliminarPois é... somos melros!
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