Muitos de nós assistimos na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim ao espectáculo belo, grandioso (encenado até ao ínfimo pormenor) do fogo de artifício. Muitos de nós olhámos com alguma desconfiança para este e outros espectáculos que pela sua grandiosidade se tornam, quantas vezes, veículos de propaganda de regimes políticos ditatoriais que se servem do fascínio sobre as massas para melhor exercerem o seu poder.
E tudo isto vem a propósito de quê?
Quem se lembra do autor do projecto desse fogo de artifício? Eu não o sabia com toda a certeza.Foi-me preciso visitar o Guggenheim em Bilbao para descobrir o Homem que traçou nos ares aquelas pegadas gigantes, que floriu por instantes o céu de Pequim e de todo o mundo. Ele chama-se Cai Guo Quiang http://www.caiguoqiang.com o homem que pinta com pólvora e fogo e constrói diferentes tipos de instalações que procuram interrogar-nos relativamente aos problemas que inquietam o mundo. A exposição que se encontra aberta até 28 de Maio deixa-nos, desde logo a pensar: "I want to bielive". À entrada do átrio central do museu deparamo-nos com carros brancos suspensos, colocados em diferentes ângulos como que atravessados por projécteis luminosos, numa clara alusão ao atentado de 11 de Setembro. O impacto sobre o visitante é imenso, constituindo-se esta instalação como subversão, tornando-se assim capaz de nos comunicar um tremendo estado de inquietação interior, misturando dor e beleza.
Partindo do átrio somos convidados a percorrer diferentes salas onde se encontram paineis gigantes de "pinturas" com pólvora.A violência dos tempos actuais está sempre implícita, não só por via do material utilizado como das próprias representações, conseguindo o autor, de um modo quase mágico, comunicar-nos uma espiritualidade.
A obra que mais me tocou foi esta imensa alcateia de lobos, feita numa escala quase real,que esbarra violentamente contra uma parede em vidro. O autor nesta obra refere-se ao "muro de Berlim" e ao imenso sentimento de impotência daqueles que contra ele esbarraram. Mesmo um grupo organizado e pleno de raiva - a alcateia de lobos-não tem força para o derrubar e só lhe resta bater em retirada. Cai Guo Quian terá ele mesmo vivido na pele este sentimento na China popular em que nasceu e foi criado.
Asseguro-lhes que vale a pena conhecer estes trabalhos, senti-los e ficar a pensar... Saí mais "rica" naquele dia.
E tudo isto vem a propósito de quê?
Quem se lembra do autor do projecto desse fogo de artifício? Eu não o sabia com toda a certeza.Foi-me preciso visitar o Guggenheim em Bilbao para descobrir o Homem que traçou nos ares aquelas pegadas gigantes, que floriu por instantes o céu de Pequim e de todo o mundo. Ele chama-se Cai Guo Quiang http://www.caiguoqiang.com o homem que pinta com pólvora e fogo e constrói diferentes tipos de instalações que procuram interrogar-nos relativamente aos problemas que inquietam o mundo. A exposição que se encontra aberta até 28 de Maio deixa-nos, desde logo a pensar: "I want to bielive". À entrada do átrio central do museu deparamo-nos com carros brancos suspensos, colocados em diferentes ângulos como que atravessados por projécteis luminosos, numa clara alusão ao atentado de 11 de Setembro. O impacto sobre o visitante é imenso, constituindo-se esta instalação como subversão, tornando-se assim capaz de nos comunicar um tremendo estado de inquietação interior, misturando dor e beleza.
Partindo do átrio somos convidados a percorrer diferentes salas onde se encontram paineis gigantes de "pinturas" com pólvora.A violência dos tempos actuais está sempre implícita, não só por via do material utilizado como das próprias representações, conseguindo o autor, de um modo quase mágico, comunicar-nos uma espiritualidade.
A obra que mais me tocou foi esta imensa alcateia de lobos, feita numa escala quase real,que esbarra violentamente contra uma parede em vidro. O autor nesta obra refere-se ao "muro de Berlim" e ao imenso sentimento de impotência daqueles que contra ele esbarraram. Mesmo um grupo organizado e pleno de raiva - a alcateia de lobos-não tem força para o derrubar e só lhe resta bater em retirada. Cai Guo Quian terá ele mesmo vivido na pele este sentimento na China popular em que nasceu e foi criado.
Asseguro-lhes que vale a pena conhecer estes trabalhos, senti-los e ficar a pensar... Saí mais "rica" naquele dia.
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