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E se, depois de tantos anos a viver na cidade, não reconhecermos o caminho, não somos capazes de encontrar sozinhos a casa situada nas terras dos nossos antepassados, andamos ás voltas,às apalpadelas, apesar de pensarmos ter guardado intacta a recordação dessa casa; intacto o seu esconderijo nas barbas de milho, contra a latada e sob a poeira vermelha da eira, a cozinha à esquerda, a fachada disforme, com o forno de pão, o estábulo no outro extremo, a barra cor-de-rosa e o muro; se regressamos depois de tantos anos e entramos, como se entrássemos em nossa casa, nessa casa que é nossa , por ter pertencido ao pai, onde, por ser nossa, temos alguns direitos...
Brigitte Paulino-Neto ( A Melancolia do Geógrafo)
Encontrar o caminho de volta é encontrarmos um pouco de nós próprios.
ResponderEliminarExiste genuidade nesta escrita.
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A frase de Freud escolhida, sobre os poetas é muito significativa -aliás, ele foi o primeiro a tentar compreender o processo criativo, escrevendo sobre Da Vinci- essa parte é conhecida.
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