Da minha passagem pelos Algarves guardava, até aqui, uma recordação plena de satisfação dos meus passeios à Ilha Deserta. Por ali podia-se fazer praia sem nos sentirmos invadidos pelo odor e conversas dos vizinhos do lado, por ali podiam-se admirar belos exemplares de conchas e o azul único do oceano naquelas paragens, por ali podia-se nadar com o prazer novo de nos sonharmos, quase, numa ilha deserta. Podia-se também chegar de barco e encomendar no único restaurante local um esplêndido almoço de peixe que se saborearia à hora marcada...
Por ali as crianças podiam correr tendo por limites, quase, o horizonte. Na viagem de barco admirávamos as múltiplas aves pernaltas e pássaros variados que ornavam os sapais. O regresso era feito ao fim do dia, colorido pelo magnífico pôr do sol.
Desta vez o encanto estreitou-se, dramaticamente. O único restaurante concessionado por estas paragens resolveu empreender obras de peso, transformando-se de um restaurante de madeira com o tecto coberto por caniço e mesas corridas, num pré-fabricado de madeira,estilo nórdico, evocando, vagamente o velho e despretensioso restaurante. O nome é o mesmo, os funcionários também, mas atitude mudou radicalmente. A partir do momento em que passou a vir nas revistas, ele e os seus "ilustres" visitantes, chega-se no primeiro barco, pelas dez e pouco e os almoços, mais de duzentos e vinte(!!!!!) já estão todos reservados. O facto de ser o único restaurante onde se pode comer não lhe dá quaisquer obrigações,claro. "Se quizerem almoçar só se for às 16h". Resta ao visitante desprevenido comprar umas míseras sandes de atum a preços internacionais, vendidas depois de uma longa espera...
Mas se julgam que os desencantos da Ilha Deserta se ficam por aqui enganam-se. Chegados ao areal somos recebidos por enxames de vespas que nos rodeiam numa dança imparável. Quando se procura perceber o porquê dizem-nos que ventos de Espanha costumam trazê-las...Percebe-se, contudo, algum tempo depois, que armadilhas incipientes para as tentar caçar se encontram por aqui e por ali...
Assim, apenas o mar e toda aquela envolvência, se encontravam relativamente intactas.
Será que um concessionário que ganha um concurso de exclusividade de exploração de um local paradisíaco como aquele tem apenas como único fito o lucro fácil? Não existem contrapartidas?
Para completar a história devo contar que o primeiro barco da tarde de regresso estava replecto, cheio de visitantes fugidos da evasão de vespas e da receptividade do "fantástico" restaurante.
Cá por mim, tudo farei para divulgar os efeitos desta "internacionalização".
Por ali as crianças podiam correr tendo por limites, quase, o horizonte. Na viagem de barco admirávamos as múltiplas aves pernaltas e pássaros variados que ornavam os sapais. O regresso era feito ao fim do dia, colorido pelo magnífico pôr do sol.
Desta vez o encanto estreitou-se, dramaticamente. O único restaurante concessionado por estas paragens resolveu empreender obras de peso, transformando-se de um restaurante de madeira com o tecto coberto por caniço e mesas corridas, num pré-fabricado de madeira,estilo nórdico, evocando, vagamente o velho e despretensioso restaurante. O nome é o mesmo, os funcionários também, mas atitude mudou radicalmente. A partir do momento em que passou a vir nas revistas, ele e os seus "ilustres" visitantes, chega-se no primeiro barco, pelas dez e pouco e os almoços, mais de duzentos e vinte(!!!!!) já estão todos reservados. O facto de ser o único restaurante onde se pode comer não lhe dá quaisquer obrigações,claro. "Se quizerem almoçar só se for às 16h". Resta ao visitante desprevenido comprar umas míseras sandes de atum a preços internacionais, vendidas depois de uma longa espera...
Mas se julgam que os desencantos da Ilha Deserta se ficam por aqui enganam-se. Chegados ao areal somos recebidos por enxames de vespas que nos rodeiam numa dança imparável. Quando se procura perceber o porquê dizem-nos que ventos de Espanha costumam trazê-las...Percebe-se, contudo, algum tempo depois, que armadilhas incipientes para as tentar caçar se encontram por aqui e por ali...
Assim, apenas o mar e toda aquela envolvência, se encontravam relativamente intactas.
Será que um concessionário que ganha um concurso de exclusividade de exploração de um local paradisíaco como aquele tem apenas como único fito o lucro fácil? Não existem contrapartidas?
Para completar a história devo contar que o primeiro barco da tarde de regresso estava replecto, cheio de visitantes fugidos da evasão de vespas e da receptividade do "fantástico" restaurante.
Cá por mim, tudo farei para divulgar os efeitos desta "internacionalização".
Resta-nos desertar da que foi a ilha deserta.
ResponderEliminarÉ uma tristeza...!
ResponderEliminarAs fotos estão bem bonitas.
Destaco a do meio.