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Vi uma azinheira que crescia na Louisiana
Vi uma azinheira que crescia na Louisiana,
Aí estava só, e o musgo pendia dos seus ramos,
Aí crescia, sem um companheiro, e oferecia alegres folhas verde-escuro,
E o seu aspecto rude, inflexível, robusto, fez-me pensar em mim,
Mas admirei-me que fosse capaz de dar folhas como essas, tão só que
estava, sem um amigo junto a si: eu sabia que não podia fazer o
mesmo,
Arranquei um pequeno ramo com algumas folhas e à volta entreteci um
pouco de musgo,
E levei-o e coloquei-o bem à vista no meu quarto,
Não preciso dele para lembrar-me os amigos queridos,
(Pois sei que ultimamente quase só penso neles,)
Mas é para mim um símbolo curioso, faz-me pensar no amor viril;
Apesar disso, e embora a azinheira resplandeça na Louisiana, solitária na
grande planície,
Oferecendo sempre alegres folhas, longe de um amigo ou de um amante,
Eu sei muito bem que não podia fazer o mesmo.
(Walt Whitman-Cálamo-trad de José Agostinho Baptista)
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