
Nocturnas Portas
Portas, imensas e nocturnas portas, quando o que desejamos é um rasgão luminoso.
(Mário Rui de Oliveira- O vento da Noite)
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.
Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
Encenação
Cenário Joana Villaverde
Desenho de Luz José
Interpretação David Almeida, David Pereira Bastos, Luis Miguel Cintra,
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O melhor pretexto
É tão frágil a vida
tão efémero tudo!
(não é verdade, amiga,
Olhinhos-cor-de –musgo?)
E ao mesmo tempo é forte,
forte da veleidade
de resistir à morte
quanto maior a idade
Assim, aos trinta e sete,
fechados alguns ciclos,
a vida ainda pede
mais sentimento, vínculos,
Não tanto os que nos deram
a fúria de viver,
como esses descobertos
depois de se saber
que a vida não é outra
senão a que fazemos
( e a vida é una só,
pois jamais voltaremos).
Partidários da vida,
melhor: do que está vivo,
Digamos “não!” a tudo
que tenha outro sentido
E que melhor pretexto
( quem o saiba que o diga!)
teremos p’ra viver
senão a própria vida?
Alexandre O’Neill ( Poemas com endereço)