(Aivazovsky)
Décimo Poema do Pescador
Nem sempre o robalo vem
nem sempre ele traz aquele inexplicável e fundo
mistério de pulsar como o coração de alguém
ou talvez como o próprio coração do mundo.
Nem sempre me toca a graça e nem sempre está
o vento de feição. E no entanto procuro
incansavelmente procuro o não sei quê que já
muitas vezes me trouxe o coração no escuro.
Não há senão esse buscar. Esse incessante
navegar pelo sonho essa viagem
de Ulisses sem regresso. Como alma errante
não mais um viajante de passagem.
( Manuel Alegre- Senhora das Tempestades)
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