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Se eu nunca disse que os teus dentes
São pérolas,
É porque são dentes.
Se eu nunca disse que os teus lábios
São corais,
É porque são lábios.
Se eu nunca disse que os teus olhos
São d'ónix, ou esmeralda, ou safira,
É porque são olhos.
Pérolas e ónix e corais são coisas,
E coisas não sublimam coisas.
Eu, se algum dia com lugares-comuns
Houvesse de louvar-te,
Decerto que buscava na poesia,
Na paisagem, na música,
Imagens transcendentes
Dos olhos e dos lábios e dos dentes.
Mas crê, sinceramente crê,
Que todas as metáforas são pouco
Para dizer o que eu vejo.
E vejo lábios, olhos, dentes.
Reinaldo Ferreira
Poemas
Estudo de José Régio
Prefácio de Guilherme de Melo
o chão da palavra/poesia
as imagens transcendentes da poesia e os sons da música, alimentando o nosso imaginário.
ResponderEliminarque nunca acabem, a poesia, a música e a imaginação e tudo o resto existirá.
conheci Reinaldo em Moçambique, quando eu era miúdo - a ideia era a de um homem um pouco excêntrico e boémio! Na altua não fazia ideia do Poeta que era!
ResponderEliminargostei!
carlos peres feio
http://podiamsermais.weblog.com.pt