( Se-Menen-Ka-Ra)
Para utilizar a sua afectividade como o lutador utiliza os músculos, o actor tem de considerar o ser humano como um Duplo, como o Ka dos Embalsamados, no Egipto, espectro perene de onde irradiam as potências da afectividade.
Espectro plástico, para sempre inacabado, cujas formas são autenticamente macaqueadas pelo verdadeiro actor, e ao qual impõe também formas e a imagem da sua sensibilidade própria.
É sobre esse duplo que o teatro exerce influência, é esta efígie espectral que o teatro molda, e, tal como todos os espectros, este duplo é de longa memória. A memória do coração resiste e é, sem dúvida com o coração que o actor pensa; aqui é o coração que domina.
Isto significa que, no teatro, mais do que em qualquer outra parte, é do mundo afectivo que o actor tem de estar consciente, imputando-lhe propriedades que não são as duma imagem, mas que comportem um significado material.
Antonin Artaud ( O Teatro e o seu Duplo- Ed Fenda )
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
segunda-feira, novembro 20, 2006
É do mundo afectivo que o actor tem de estar consciente...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Que maravilha de texto!
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