(Dawn)
Sim, talvez ela gostasse de que lhe perguntasse qual o nosso destino ou de que, afinal, lhe dissesse qualquer coisa sobre a minha partida, ou sobretudo o crepúsculo, ou sobre o mar, ou sobre o andamento do barco, ou mesmo sobre os sentimentos que me assaltavam por me encontrar a bordo, assim subitamente, depois de ter passado oito anos no Registo civil ignorando que este barco existia, que ela existia, que ele existia, enquanto passava certidões de nascimento, que existiam mulheres como ela que consagravam a existência à procura de marinheiros de Gibraltar.
De tanto a ouvir passar e voltar por trás de mim, poderia pensar que esperava a minha opinião sobre estas coisas tão novas para mim, para me vigiar, por assim dizer, mas sem se aperceber. Mas, como ter uma opinião, mesmo sobre um crepúsculo, mesmo sobre o estado do mar? A partir do momento do embarque, e mesmo assim sem assim decidirmos, impossível ter uma opinião,mesmo sobre o sol-poente.
Marguerite Duras (O Marinheiro de Gibraltar)
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
terça-feira, novembro 07, 2006
Como ter uma opinião ?
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Bastemo-nos com a contemplação!
ResponderEliminarHum, nao sei... Gosto de opinioes... ;) Jinhos.
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