
Os poetas não tiveram pois razão pintando-nos o amor como um cego; é necessário tirar-lhe a sua venda, e devolver-lhe doravante o gozo dos olhos.
As almas apropriadas ao amor reclamam uma vida de acção que explode em acontecimentos novos. Como o interior é movimento,é necessário que também o exterior o seja, e tal maneira de viver é um maravilhoso encaminhamento para a paixão. É daí que vem que os da corte sejam melhor recebidos no amor que os da cidade, porque uns são todos eles fogo e os outros levam uma vida cuja uniformidade nada tem que fira:a vida de tempestade surpreende, fere e penetra.
Dir-se-ia que temos uma alma inteiramente diferente segundo amemos ou não amemos; elevamo-nos por meio dessa paixão e torna-mo-nos grandeza inteira; é necessário pois que o resto guarde a proporção; de outro modo deixa de convir, e é por conseguinte desagradável.
Blaise Pascal (Discurso sobre as paixões do amor)
Estes dois textos de Blaise Pascal encerram um verdade.... daquelas verdades que só não conseguimos ver porque o são... de uma evidência total.
ResponderEliminarObrigado pela forma como me fizeste ver esse óbvio que tantas vezes nos passa ao lado.