domingo, fevereiro 20, 2011

em chão de primavera inverno dentro.

   (Aguarelas de Turner)

Preparo uma estação diferente
de quantas teve o tempo, para ver-te;
uma nova mistura, sabiamente,
de névoa, tempestade, sol ardente
em chão de primavera inverno dentro.
Farei versos de nada, e amor de quem
nem corpo tem, e não parece gente;
cego serei, mas lúcido a dizer-te
a verdade calada em cada rima.
Bem na foice da terra, no seu centro,
onde se estende a noite constelada,
levantarei a tenda nupcial;
depois basta que tragas serra e lima
e rompas a grilheta desenhada
na minha humana foto oficial.


(António Franco Alexandre- Duende)

3 comentários:

  1. A nitidez e o difuso desta foto agradam-me muito.

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  2. fiquei muito feliz em descobrir seu blog porque estou tendo acesso a um tipo de informação que dificilmente teria aqui onde moro. Não conhecia o poeta, fiquei apaixonada pela poesia, fui pesquisar no google, agora já sei que é um dos maiores poetas portugueses da atualidade. Agradeço por me tirar da ignorância rs...Abraços

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  3. gosto muito do poeta mas não conhecia este poema. belo!
    assim como a foto.
    1beijo daqui.

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