terça-feira, janeiro 31, 2006

É uma ave estranha: colorida...


Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.


Donde teria vindo! ( Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandato de captura ou de despejo?


É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.


E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar..


Alexandre O'Neill (No Reino da Dinamarca)