Foto Addiragram |
Soneto da espera
Que bem conheço a espera e o seu lanço!
Ao princípio é cadeira de balanço,
uísque, livro, fumo azul no ar.
É a espera, projecto de esperar.
Um denterrato rói esse tabique
e sobre o tempo-antes uma fresta
se abre-fecha para melhor abrir-se,
O tempo-agora já se desespessa
e o tempo-antes-cresce. Qual balanço,
uísque, livro, fumo azul- a espera!
Adulterado tempo-agora, avanço
da paixão em demência que acelera
por ilusório tempo: o de abolir,
contigo, hoje, o antes e o provir.
Alexandre O´Neill -Poesias Completas
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não são permitidos comentários anónimos