Os Cães do Tempo (Fusilli)
O tempo tem mastins que erguem as vozes
hostis contra o rodar da carruagem,
o passo acomodando à abordagem,
por igual insolentes e ferozes.
Cerra ouvidos, podendo, por que gozes
dos solavancos a breve vantagem,
que muito cedo verás a viagem
tolhida de fracturas, anciloses.
E à tenaz, intrépida matilha
podes, querendo (ingénua armadilha),
lançar acaso um osso do farnel.
Deter-se-ão talvez; mas o antigo
olfacto lhes dirá que o inimigo
segue a bordo- e retomam o tropel.
A.M. Pires Cabral -(Os Cavalos da Noite, 1982)
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Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sexta-feira, março 05, 2010
O tempo tem mastins que erguem vozes....
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"Alegorias que mordem".
ResponderEliminarGrande poema.