(Maxim Ksuta)
É simples a separação.
Adeus.
Desenlaçado o último abraço, uma pressa de dar cost-
as um ao outro
Já não há gestos. O derradeiro (impossível)seria não
desfazer o abraço.
Pressa de cada um retomar o outro na teia lenta da
remembrança.
Não desfazer o abraço. Ficar face encostada ao niagara
dos cabelos.
Sobram fotografias, voz no gravador, um bilhete na
caixa do correio. Sobra o telefone.
Tensão-telefone. Experimentada. Sofrida.
Tensão-telefone. Possibilidade de voz não póstuma.
No gravador, voz de ontem, de anteontem. De há anos.
Sobra o telefone.Mudo.
Retininte?
Sobrarão as cartas. Sobra a espera.
Na teia lenta da remembrança, retomo-te em memória
recente: na praia da ternura onde nos enrolámos e desen-
rolámos desesperados de separação.
Sobra a separação.
(Alexandre O´Neill- Anos 70. Poemas dispersos)
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Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
segunda-feira, janeiro 09, 2012
Sobram fotografias...
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Da separação e da partida, cada vez mais dolorosas.
ResponderEliminarAbraço
A separação.... sempre a separação!
ResponderEliminarBelíssima escolha!
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