(Redon)
Rosa, em teu trono, pra os da Antiguidade
eras um cálice com um bordo simples.
Mas para nós és a flor plena, inumerável,
o objecto inesgotável.
Pareces na opulência trajo sobre trajo
a envolver um corpo de nada mais que brilho;
mas cada pétala tua é a um tempo só
fuga e negação de toda a roupagem.
De há séculos teu perfume nos proclama
os seus nomes de maior doçura;
de súbito, paira no ara como uma glória.
No entanto, não o sabemos nomear, adivinhamos...
E para ele passa a lembrança
que pedimos às horas invocáveis.
Rainer Maria Rilke-Sonetos a Orfeu
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Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
terça-feira, julho 26, 2011
De há séculos teu perfume nos proclama
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Gosto de Rilke e sou apaixonada pela obra de Odilon Redon. Amei este post! Foi muito bom passar por aqui
ResponderEliminarReler Rilke foi bom dp de uma manhã de estafadeira e calor e foi bom remoer estas "horas invocáveis"!
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