(Aguarelas de Turner)
Manhã de névoa
A névoa foi crescendo instante a instante,
Já não há mar, nem céu,
No seu ondeante
Véu.
O próprio areal deserto
Se vai indefenindo,
Ficando longe e perto,
Infindo.
Diluídas nessas mãos estranhas
Que se diria nem as roçam,
Para os lados da terra, as curvas das montanhas
Mal se esboçam.
Como numa aguarela
Aérea,
Tudo, em redor, perde os contornos,-vela
De espírito a matéria.
Não venhas,Sol, denunciador agreste,
Com teu brutal clarão jucundo,
Desmentir este
Delicioso fim do mundo!
(José Régio- Cântico Negro)
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Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sábado, novembro 27, 2010
Ficando longe e perto, Infindo
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Uma foto que também é um poema para um poema de um Poeta maior.
ResponderEliminarSe vai indefenindo...
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