(Ladmore)
Nada, nada pode afastar-me do meu amor
Ali na outra margem.
Nem mesmo o velho crocodilo
No banco de areia entre nós
Nos pode separar.
Avanço apesar disso,
Caminho por sobre as ondas,
O seu amor reflui através da água,
Lançando ondas até à terra firme
Por onde eu possa caminhar.
O rio é o nosso Mar Encantado.
Poema do Antigo Egipto (tradução de Helder Moura Pereira)
Enviado por Amélia Paishttp://barcosflores.blogspot.com/
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
quinta-feira, agosto 31, 2006
Caminho por sobre as ondas....
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
Reflexos do Olhar V
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
quarta-feira, agosto 30, 2006
Reflexos do Olhar IV
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
terça-feira, agosto 29, 2006
Reflexos do Olhar III
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
Mais belos, porém, os pirilampos...
(Uelsmann)
Amor mudo
Ardendo de amor, as cigarras
cantam: mais belos porém são
os pirilampos, cujo mudo amor
lhes queima o corpo!
Canções de camponeses do Japão in " O Bebedor nocturno"( versões de Herberto Helder)
Amor mudo
Ardendo de amor, as cigarras
cantam: mais belos porém são
os pirilampos, cujo mudo amor
lhes queima o corpo!
Canções de camponeses do Japão in " O Bebedor nocturno"( versões de Herberto Helder)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
O Regresso...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
sexta-feira, agosto 18, 2006
Sonhando com Serralves
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
Reflexos do olhar II
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
Ria Formosa no seu melhor
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
segunda-feira, agosto 14, 2006
Ainda as "Férias do Sr. Hulot"
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
domingo, agosto 13, 2006
Reflexos de um olhar
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
sábado, agosto 12, 2006
Escultura da natureza
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
sexta-feira, agosto 11, 2006
As Férias do Sr. Hulot, ainda...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
quarta-feira, agosto 09, 2006
As Férias do Sr. Hulot (cont.)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
terça-feira, agosto 08, 2006
SEMPRE EM FÉRIAS...(uma pequena surpresa)
As férias servem também para rever filmes inesquecíveis. Vem a propósito : "As férias do Sr. Hulot".
Até à próxima!
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
sexta-feira, agosto 04, 2006
UM ABRAÇO DE BOAS FÉRIAS e, ... até já...
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
quinta-feira, agosto 03, 2006
Não pode Amor por mais que as falas mude...
(Callahan)
Ao Luís Vaz, recordando o convívio
da nossa mocidade
Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção falar concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.
Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer aos olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pose ser Amor com tal virtude.
Também eu das palavras me arreceio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.
E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.
António Gedeão
Ao Luís Vaz, recordando o convívio
da nossa mocidade
Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção falar concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.
Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer aos olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pose ser Amor com tal virtude.
Também eu das palavras me arreceio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.
E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.
António Gedeão
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
quarta-feira, agosto 02, 2006
Que somos nós senão o que fazemos?
(Escher)
Que somos nós
Que somos nós senão o que fazemos?
Que somos nós senão o breve traço
da vida que deixamos passoa passo
e é já sombra de sombra onde morremos?
Que somos nós se não permanecemos
no por nós transformado neste espaço?
Que serei eu senão só o que faço
e é tão pouco no tempo em que não temos
para viver senão o tempo de
transformar neste tempo e neste espaço
a vida em que não somos mais que
o sol do que fazemos. Porque o mais
é já sombra de sombra e o breve traço
de quem passamos para nunca mais.
Manuel Alegre
Que somos nós
Que somos nós senão o que fazemos?
Que somos nós senão o breve traço
da vida que deixamos passoa passo
e é já sombra de sombra onde morremos?
Que somos nós se não permanecemos
no por nós transformado neste espaço?
Que serei eu senão só o que faço
e é tão pouco no tempo em que não temos
para viver senão o tempo de
transformar neste tempo e neste espaço
a vida em que não somos mais que
o sol do que fazemos. Porque o mais
é já sombra de sombra e o breve traço
de quem passamos para nunca mais.
Manuel Alegre
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
terça-feira, agosto 01, 2006
Chegar à Figueira na minha infância...
( Cassat)
Chegar à Figueira na minha infância passava sempre por gestos e palavras fixos. Já só conheci a minha bisavó com uma existência análoga à da Tia Léonie de Proust: acamada, mas sempre a dominar os três andares da casa com a força inquebrantável da sua personalidade. No dia em que a minha irmã e eu chegámos, a bisavó dizia que estávamos escanzelados e macilentos.No dia seguinte já parecíamos aos seus olhos "mais corados"; e dois dias depois a bisavó afiançava, dogmática, que os bisnetos estavam mais gordos. Duvido que a diferença se notasse em tão pouco tempo, mas lá que era fácil engordar naquela casa, disso não havia dúvida possível.
Era o tempo em que as compras eram feitas na praça. As enguias vinham vivas para casa em baldes e os caranguejos entravam vivos na panela de água a ferver, depois de terem passeado na copa e no páteo, para consternação minha e da minha irmã.(...)
A parte pior do dia era a manhã na praia ventosa. No mar nem se conseguia entrar; eu pensava com inveja nos meus pais, longe da Figueira a gozar férias no Algarve. Trágica era a pribição permanente da parte dos meus avós de se comprar bolacha americana aos vendedores que as apregoavam. Felizmente, sempre havia a perspectiva deliciosa do almoço da Raquel que nos esperava em casa. E as tardes podiam ser passadas a ler no quarto ou, porque os avós achavam que fazia mal passar a tarde inteira a ler, a passear de carro na Serra da Boa Viagem, sítio primordial e mágico. Os meus avós tinham lá um pinhal onde por vezes fazíamos "piqueniques": o desconsolo, por outras palavras, de comer uma refeição opípara da Raquel, já fria, no meio da selva com vespas e formigas.
Frederico Lourenço (Amar não acaba)
Chegar à Figueira na minha infância passava sempre por gestos e palavras fixos. Já só conheci a minha bisavó com uma existência análoga à da Tia Léonie de Proust: acamada, mas sempre a dominar os três andares da casa com a força inquebrantável da sua personalidade. No dia em que a minha irmã e eu chegámos, a bisavó dizia que estávamos escanzelados e macilentos.No dia seguinte já parecíamos aos seus olhos "mais corados"; e dois dias depois a bisavó afiançava, dogmática, que os bisnetos estavam mais gordos. Duvido que a diferença se notasse em tão pouco tempo, mas lá que era fácil engordar naquela casa, disso não havia dúvida possível.
Era o tempo em que as compras eram feitas na praça. As enguias vinham vivas para casa em baldes e os caranguejos entravam vivos na panela de água a ferver, depois de terem passeado na copa e no páteo, para consternação minha e da minha irmã.(...)
A parte pior do dia era a manhã na praia ventosa. No mar nem se conseguia entrar; eu pensava com inveja nos meus pais, longe da Figueira a gozar férias no Algarve. Trágica era a pribição permanente da parte dos meus avós de se comprar bolacha americana aos vendedores que as apregoavam. Felizmente, sempre havia a perspectiva deliciosa do almoço da Raquel que nos esperava em casa. E as tardes podiam ser passadas a ler no quarto ou, porque os avós achavam que fazia mal passar a tarde inteira a ler, a passear de carro na Serra da Boa Viagem, sítio primordial e mágico. Os meus avós tinham lá um pinhal onde por vezes fazíamos "piqueniques": o desconsolo, por outras palavras, de comer uma refeição opípara da Raquel, já fria, no meio da selva com vespas e formigas.
Frederico Lourenço (Amar não acaba)
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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