segunda-feira, maio 31, 2010

Quando Maio se despede...

                                 (Aguarelas de Turner)

Quando Maio se despede e as ruas de Lisboa
ainda se vestem de flores de jacarandá,
o ar exala um cheiro que já não há
em mais qualquer lugar e me atordoa.
É um aroma doce que embebeda
cedo pela manhã e não sossega
já noite dentro, até de madrugada.
Um odor que me parece querer dizer
que, enquanto ele durar, não tenho nada
que deva temer.


(Torquato da Luz) 


Atrevo-me a dizer que se Torquato da Luz é um  poeta do Amor, é também um dos  poetas da cidade de Lisboa. E  se  Lisboa tem as cores todas da vida, tem uma, inesquecível, o belo lilás perfumado  do Jacarandá. 
Dias há, em que  as cores, os aromas e os poetas são, por demais, necessários. Eles fazem-nos crer que a réstia de luz, que tudo atravessa,  tem uma força imensa.
Como não me foi possível estar no lançamento do novo livro de T.L.- "Espelho íntimo", deixo aqui esta pequena nota de amizade.

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