(Magritte- o vestido de noite)
NO Reino do Pacheco
(colaboração para um almanaque)
Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
Querer viver ( deixai-nos rir!)
seria muito exigir...
Vida mental? Com certeza!
Vida por detrás da testa
será tudo o que nos resta?
Uma ideia é uma ideia
- e até parece nossa!-
mas quem viu uma andorinha
a puxar uma carroça?
Se à ideia não se der
o braço que ela pedir,
a ideia, por melhor
que ela seja ou queira ser,
não será mais que bolor,
pão abstracto ou mulher
sem amor!
Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
Neste Reino de Pacheco
- do que era todo testa,
do que já nada dizia,
e só sorria, sorria,
do que nunca disse nada
a não ser prà galeria,
que também não o ouvia,
do que, por detrás da testa,
tinha a testa luzidia,
neste reino de Pacheco,
ó meus senhores que nos resta
senão ir aos maus costumes,
às redundâncias, bem-pensâncias,
com alfinetes e lumes,
fazer rebentar a besta,
pô-las de pernas prò ar?
Por isso, aqui, acolá
tudo pode acontecer,
que as ideias saem fora
da testa de cada qual
para que a vida não seja
só mentira, só mental...
(Alexandre O' Neill)
Turner na liberdade das suas aguarelas dá-nos a emoção do olhar e do sentir em estado puro.Este espaço propõe-se convocar, pela voz dos que sabem, múltiplos instantes de vida: luz e sombra; esquecimento e memória; vida e morte...
"Seja qual fôr o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim"
S. Freud
sexta-feira, junho 04, 2010
Será tudo o que nos resta?
Olhar o mundo à minha volta,
gostar dos que me são queridos,
usar, da melhor maneira, aquilo, que julgo saber...
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Da 'feira cabisbaixa' no país cabisbaixo.
ResponderEliminarSempre ele! Acutilante.
ResponderEliminarExactamente!
ResponderEliminarEle e a sua implacável análise social...
Abraço