Addiragram. O bote. |
O bote
Não passa de um bote na margem do rio,
pachorrento e sereno,
sem ambições de ser navio
mas também sem traumas de ser pequeno.
E, no entanto, preso e abandonado,
decerto à espera de nos ver voltar,
parece ter mais calado
que algum paquete no alto mar.
Ou não estivesse ancorado
à poesia do lugar.
(Torquato da Luz)
Um dia o seu blog deixou de publicar. Interroguei-me e escrevi-lhe. E veio a notícia. Estava a lutar com a doença que lhe tinha batido à porta, sem avisar. Todos os dias lá voltava perguntando-me se a tempestade já amainara e, um dia, a poesia voltou a cantar. Do lado de cá alegrei-me e disse para os meus botões: desta vez não será...Voltámos a ler-nos e a "visitar mo-nos" até que há pouco tempo senti que alguma coisa se passava. Fui ao blog, fui ao facebook...Nem sempre nos apetece escrever, dizia para me enganar. Hoje, subitamente, descobri o que não queria ver. Torquato tinha mesmo partido...
Por isso deixo aqui o poema com que, generosamente, um dia ilustrou uma fotografia minha.
Obrigada AMIGO por esta nossa tão curta viagem.
Fica um beijo e um sorriso.
Um poeta de luz
ResponderEliminaramante de Lisboa
Conhecia-o de nome, como jornalista; gostei imenso de conhecê-lo como pessoa e poeta: elegante e fraternal.
ResponderEliminarO poema é muito dele...
Fica aqui uma lágrima com que quero partilhar a memória de um grande Poeta.
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